São Paulo, terça-feira, 09 de outubro de 2001

Próximo Texto | Índice

Guerra de atrito

Reuters
Caça F-14 Tomcat aguarda liberação para decolagem no USS Carl Vinson, no mar da Arábia


AFEGANISTÃO SOFRE NOVA OFENSIVA


No segundo dia de bombardeio, protestos no mundo islâmico deixam ao menos três mortos


Bombas e mísseis lançados por forças norte-americanas voltaram a atingir alvos no Afeganistão ontem à noite, pelo segundo dia consecutivo. Jornalistas que estão no Afeganistão disseram que ouviram artilharia antiaérea nas cercanias de Cabul (capital). Um membro do Taleban afirmou que houve ataques contra a cidade de Candahar, a capital espiritual do Taleban. Há informações de que outras cidades também foram atingidas ontem.
Segundo militares norte-americanos e britânicos, os ataques de domingo foram bem-sucedidos. Dezenas de alvos teriam sido destruídos. De acordo com o Taleban, civis foram atingidos e entre 6 e 25 pessoas morreram.
As forças britânicas, que haviam participado da ação de domingo, não atuaram ontem.
Menos de nove horas depois dos primeiros ataques, aviões de carga lançaram 37 mil pacotes de comida para refugiados.
O secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, pediu paciência. "Temos de entender que esse será um esforço muito longo", disse. Rumsfeld afirmou que o conflito será "parecido com a Guerra Fria", poderá durar anos e ter várias frentes de batalha.
O secretário também disse que os bombardeios visam a destruir os sistemas de defesa antiaérea, depósitos de combustível e aeroportos, no que caracteriza uma guerra de atrito.
Nos EUA, policiais e soldados da Guarda Nacional reforçaram a segurança em aeroportos e outros pontos sensíveis. O ex-governador da Pensilvânia, Tom Ridge, tomou posse na recém-criada pasta de Segurança Interna.
Na ONU, o embaixador norte-americano, John Negroponte, disse que os EUA poderão atacar outros países. O chanceler britânico, Jack Straw, contudo, disse que, por enquanto, a ação vai ficar limitada ao Afeganistão.
No Paquistão, a polícia abriu fogo contra manifestantes anti-EUA. Uma pessoa foi morta. Em Gaza, a polícia palestina matou dois manifestantes e deixou mais de 40 feridos ao reprimir protesto pró-Bin Laden.


Próximo Texto: O segundo dia: Pedindo "paciência", EUA fazem bombardeio menor
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.