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Família refuta lista de mortos de FHC
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O brasileiro Alex Alves da Silva,
31, citado em pronunciamento
ontem à noite na TV e no rádio
pelo presidente Fernando Henrique Cardoso como sendo um dos
mortos no atentado terrorista
contra o World Trade Center no
último dia 11, está vivo, segundo a
sua família.
A ex-mulher de Silva, Cristiane
Fucilini, disse que anteontem ele
ligou para sua irmã, Leila da Silva,
que vive em Uberlândia (MG).
A última informação que havia
transmitido para a família era a de
que se ferira na cabeça, braço e
costas e, por isso, o haviam levado
para um hospital. Alex Silva estava em uma das torres do WTC no
momento dos atentados. Leila teria avisado a embaixada que ele
estava vivo.
Antes da ligação feita ontem,
Silva já havia telefonado para a família no dia 14 (dizendo que estava vivo) e no dia 29 (seu aniversário). Nessa segunda ocasião, falou
com seus dois filhos.
""Pode ser uma grande coincidência de nomes, se existia um
outro Alex Alves da Silva em situação semelhante à dele, mas
não acredito. A Leila iria telefonar
para a embaixada hoje (ontem) à
noite mesmo ou amanhã (hoje).
Vamos nos esforçar para esclarecer bem esta história", disse a ex-mulher de Silva.
""Não sei onde ele está agora, se
ainda está em Nova York. Alex
trabalhava como garçom em um
restaurante. Decidimos nos separar há pouco mais de uma ano e
meio, quando ele foi tentar a vida
nos Estados Unidos, e eu fiquei."
Uma das razões mais prováveis
para a embaixada brasileira não
ter encontrado Silva em algum
hospital de Nova York nos dias
seguintes aos atentados é o fato de
ele não estar com sua situação legalizada nos EUA.
O presidente Fernando Henrique Cardoso, durante o pronunciamento, divulgou a lista oficial
de brasileiros considerados mortos nos atentados.
Os cinco nomes foram repassados ao Itamaraty pelo Consulado
do Brasil em Nova York. Além de
Alex Silva, foram citados como
mortos os nomes de Anne Marie
Sallerin Ferreira, Ivan Fairbanks
Barbosa, Sandra Fajardo Smiths e
Nilton Albuquerque. De acordo
com o governo, essa lista é oficial e
foi passada por escrito ao Ministério das Relações Exteriores.
Apoio
Em seu pronunciamento, FHC
pediu às forças políticas do país o
apoio necessário para o governo
enfrentar as dificuldades que vierem a ser provocadas pela guerra.
FHC não deu detalhes sobre as dificuldades que prevê.
"Tempo de conflito lá fora deve
ser tempo de união aqui dentro",
disse FHC em pronunciamento à
noite em cadeia nacional obrigatória na TV e no rádio. "Conclamo as forças políticas a dar ao país
o apoio necessário para enfrentarmos, juntos, as dificuldades
que teremos pela frente" (leia a íntegra do discurso abaixo).
"Devemos ter consciência de
que cooperar com a nação nessas
circunstâncias difíceis é tarefa de
cada brasileiro", afirmou FHC.
O presidente da Argentina, Fernando de la Rúa, que almoçou
com FHC no Palácio da Alvorada,
disse que os dois países trabalharão em regime de "profunda cooperação" no combate ao terrorismo e ao narcotráfico.
Segundo De la Rúa, os dois
combinaram que FHC coordenaria ações das forças de segurança
dos dois países "para que as pessoas vivam tranquilas", sem a
ameaça de terrorismo.
FHC afirmou que essa cooperação se dará na área de inteligência
financeira.
O presidente disse que enviou
carta (cujo texto não foi divulgado) a vários líderes mundiais e ao
secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, sobre a necessidade de "absoluta cooperação e
solidariedade no combate ao terrorismo, o que requer também
absoluta cooperação e solidariedade no combate à pobreza".
Provas
As provas que o governo americano apresentou comprovando
que Osama bin Laden foi o responsável pelo ataque terrorista
convenceram o governo brasileiro.
As informações foram dadas
pelo embaixador interino dos Estados Unidos no Brasil, Cristóbal
Orozco, aos ministros Celso Lafer
(Relações Exteriores), José Gregori (Justiça) e Geraldo Quintão
(Defesa) na última terça-feira.
"As provas revelam conexão
clara entre Bin Laden e uma rede
de contato com o Afeganistão",
disse Lafer. "Mas não posso revelar todo o conteúdo da conversa."
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