DA REDAÇÃO

Um fuzileiro naval americano morreu e outro ficou ferido após serem atacados a tiros por dois homens na ilha de Failaka, na costa do Kuait. O governo kuaitiano disse se tratar de um atentado terrorista. O ataque aconteceu enquanto tropas dos EUA faziam exercícios militares. Soldados abriram fogo em resposta e mataram os dois atiradores.
"Isso é um incidente terrorista", disse comunicado do Ministério do Interior do Kuait, que revelou o nome dos dois kuaitianos envolvidos na ação: Anas Ahmad Ibrahim al Kandari, 21, e Jassem Mubarak al Hajri, 26.
O jornalista do diário kuaitiano "Al Rai al Aam" Majid al Ali disse que os dois são primos e fazem parte de uma família que possui três de seus membros presos na base americana de Guantánamo (Cuba), acusados de ter ligações com a rede terrorista Al Qaeda.
Há ao menos 12 kuaitianos entre os cerca de 600 militantes presos -a maior parte deles no Afeganistão- e levados a Guantánamo. As autoridades do emirado ainda não sabiam ontem se a dupla pertencia a algum grupo extremista islâmico. Forças de segurança locais suspeitam que o ataque tenha sido concebido por muçulmanos contrários à presença militar dos EUA na região.
Segundo o Pentágono, por volta das 11h30 (5h30, no horário de Brasília), os agressores se aproximaram dos fuzileiros navais numa picape e dispararam contra eles. Três fuzis AK-47 e munição foram encontrados mais tarde dentro do veículo.
Millie Tamber, porta-voz de uma unidade da Marinha dos EUA, disse que o americano morto recebeu tiros no queixo e no estômago. O outro fuzileiro naval foi ferido no braço e estava em condição estável após cirurgia.
De acordo com outra versão do ocorrido, após atingir os militares, a dupla teria escapado com o veículo rumo a outro local na ilha. Teriam sido mortos ali, na troca de tiros, após terem disparado contra outro grupo de fuzileiros.
Desde 24 de setembro, tropas dos EUA e do Kuait realizam exercícios conjuntos no país vizinho ao Iraque. Em razão da localização estratégica das atividades, a movimentação alimenta suspeitas de que seria um preparativo para uma possível guerra para depor o ditador Saddam Hussein.
Oficialmente, porém, americanos e kuaitianos dizem se tratar de treinamento de rotina, realizado todos os anos.
Os EUA mantêm presença militar fixa de cerca de 10 mil homens no Kuait desde que liderou a coalizão internacional que, na Guerra do Golfo (1991), expulsou as forças iraquianas que meses antes haviam invadido o emirado.
Failaka é uma ilha semidesértica situada a cerca de 20 km da capital Al Kuait. Foi abalada durante a ocupação na Guerra do Golfo e apenas parcialmente reconstruída. Poucos civis circulam na ilha.