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Países reagem com otimismo a discurso de Bush
DA REDAÇÃO
Líderes de diversos países disseram acreditar que o presidente
dos EUA, George W. Bush, tenha
adotado um tom mais conciliatório sobre o Iraque em discurso feito na noite de anteontem.
Afirmaram que uma guerra ainda pode ser evitada por meio da
diplomacia. Bush tentou convencer o público doméstico e a comunidade internacional de que Saddam Hussein e suas armas de destruição em massa são uma ameaça a ser contida imediatamente.
Disse também, porém, que o
uso da força contra o ditador iraquiano não é "inevitável" -contanto que Bagdá colabore com a
inspeção de armas para o desmantelamento de seus arsenais.
O chanceler britânico, Jack
Straw, declarou: "O uso da força
no Iraque não é inevitável. O presidente Bush deixou isso claro em
seu discurso, quando efetivamente explicou que há uma escolha
para Saddam Hussein".
Straw iniciou ontem, no Egito,
um giro pelo Oriente Médio para
convencer países da região a
apoiar a posição de Washington e
de Londres contra Saddam.
A França, que tem importante
papel nas negociações do Conselho de Segurança (CS) da ONU
sobre nova resolução contra o Iraque, mostrou ontem otimismo.
Assim como Rússia e China,
que também têm direito a veto no
CS, a França é contra a proposta
de resolução elaborada por EUA e
Reino Unido que prevê a autorização para o uso da força contra o
Iraque se Saddam não cooperar
com as inspeções.
Um porta-voz da Chancelaria
francesa disse haver um processo
de convergência de idéias no CS
para que os inspetores possam
voltar a Bagdá e retomar os seus
trabalhos, interrompidos em
1998. "Ainda não chegamos ao
ponto de trabalhar num texto
único, mas o diálogo tem sido
muito construtivo."
A Casa Branca parece ter adotado uma retórica dúbia calculada.
Tenta agradar aqueles dentro e fora dos EUA que criticam uma posição belicosa e unilateralista do
presidente e, ao mesmo tempo,
manter aberta a possibilidade de
atacar Bagdá para depor Saddam.
Assim como no discurso de anteontem, declarações feitas ontem
por Bush permitem essa dupla leitura. "Colocar as nossas forças
militares em risco é minha última
escolha", disse ele. "Mas, se tivermos de fazer isso, (...) toda a força
e a fúria militar dos EUA será usada. E vamos prevalecer."
O presidente americano pressiona o Congresso a aprovar uma
resolução autorizando o uso da
força militar contra o Iraque. A
Câmara dos Representantes (deputados) já entrou em acordo
com Bush. O Senado iniciou debate ontem, que deve ser concluído com uma votação até amanhã.
O secretário de Estado, Colin
Powell, pediu ontem aos congressistas a aprovação sem emendas
da resolução. "Buscamos um
apoio sólido para sinalizar a determinação americana, e creio
que a resolução em sua forma
atual nos dá o que precisamos",
afirmou Powell.
O Iraque nega possuir armas de
destruição em massa. Parlamentares do país disseram ontem que
o discurso do presidente americano estava "cheio de mentiras". "O
discurso trouxe informações enganosas por meio das quais Bush
tenta justificar um ataque ilegítimo contra o Iraque", afirmou o
chanceler Naji Sabri.
Com agências internacionais
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