São Paulo, sábado, 09 de outubro de 2004

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Clinton deve ressurgir na campanha

DA ENVIADA ESPECIAL A ST. LOUIS

O ex-presidente Bill Clinton (1993-2001) deve ser o trunfo dos democratas na reta final da campanha presidencial, que culmina no dia 2 de novembro. Segundo o presidente do partido, Terry McAuliffe, Clinton deve voltar à cena nas próximas semanas, após se recuperar de uma cirurgia cardiovascular recente.
"Eu falei com Clinton pela manhã. Ele está se recuperando bem e deve voltar para a campanha nas próximas semanas, bem a tempo para os últimos dias antes da eleição", disse McAuliffe em um evento em St. Louis promovido pelo comitê estudantil democrata da Universidade Washington, ao qual a Folha compareceu.
A volta do ex-presidente aos palanques pode ajudar a consolidar o bom momento vivido pelo candidato democrata, John Kerry, desde sua elogiada performance no primeiro debate presidencial, dia 30. Clinton, que recebeu quatro pontes no coração dia 6 de setembro, tem uma base sólida de apoio e vinha fazendo campanha para convencer mais americanos a irem às urnas. O voto nos EUA não é obrigatório.
Mas se por um lado os democratas guardam seu trunfo na manga, por outros eles já se preparam para o que poderia funcionar como um golpe decisivo a favor de Bush: um anúncio da captura do terrorista Osama bin Laden, líder da Al Qaeda e mentor do 11 de Setembro. A possibilidade tem sido cada vez mais citada pela imprensa americana, que a trata como "surpresa de outubro" -um fato isolado na reta final que pode decidir a eleição.
"Osama bin Laden vai aparecer no Dia das Bruxas [31 de outubro]?", brincou um estudante. "Não há como saber, mas estamos nos planejando para isso", disse McAuliffe. O presidente do Partido Democrata também cumprimentou os estudantes pelo trabalho realizado no campus, onde só se viam cartazes e adesivos de Kerry. Os primeiros cartazes pró-Bush só apareciam em algumas casas a centenas de metros da universidade. "Eu não quero saber o que vocês precisaram fazer, mas o resultado foi ótimo", brincou McAuliffe.
Apesar do aparente engajamento na campanha -logo na entrada do campus há uma pichação onde se lê "se você não votar, não vai poder reclamar"- poucos estudantes teriam chance de assistir ao debate no auditório da universidade. Ingressos que sobraram dos comitês foram sorteados, e as regras para quem quisesse participar eram rígidas.
Além de qualquer tipo de aparelho eletrônico, alimento e bebida ser proibido, a platéia secundária -aquela que não pode fazer perguntas- não podia usar jeans nem tênis, praticamente o uniforme dos alunos. (LC)


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