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Clinton deve ressurgir na campanha
DA ENVIADA ESPECIAL A ST. LOUIS
O ex-presidente Bill Clinton
(1993-2001) deve ser o trunfo dos
democratas na reta final da campanha presidencial, que culmina
no dia 2 de novembro. Segundo o
presidente do partido, Terry
McAuliffe, Clinton deve voltar à
cena nas próximas semanas, após
se recuperar de uma cirurgia cardiovascular recente.
"Eu falei com Clinton pela manhã. Ele está se recuperando bem
e deve voltar para a campanha nas
próximas semanas, bem a tempo
para os últimos dias antes da eleição", disse McAuliffe em um
evento em St. Louis promovido
pelo comitê estudantil democrata
da Universidade Washington, ao
qual a Folha compareceu.
A volta do ex-presidente aos palanques pode ajudar a consolidar
o bom momento vivido pelo candidato democrata, John Kerry,
desde sua elogiada performance
no primeiro debate presidencial,
dia 30. Clinton, que recebeu quatro pontes no coração dia 6 de setembro, tem uma base sólida de
apoio e vinha fazendo campanha
para convencer mais americanos
a irem às urnas. O voto nos EUA
não é obrigatório.
Mas se por um lado os democratas guardam seu trunfo na
manga, por outros eles já se preparam para o que poderia funcionar como um golpe decisivo a favor de Bush: um anúncio da captura do terrorista Osama bin Laden, líder da Al Qaeda e mentor
do 11 de Setembro. A possibilidade tem sido cada vez mais citada
pela imprensa americana, que a
trata como "surpresa de outubro"
-um fato isolado na reta final
que pode decidir a eleição.
"Osama bin Laden vai aparecer
no Dia das Bruxas [31 de outubro]?", brincou um estudante.
"Não há como saber, mas estamos nos planejando para isso",
disse McAuliffe. O presidente do
Partido Democrata também
cumprimentou os estudantes pelo trabalho realizado no campus,
onde só se viam cartazes e adesivos de Kerry. Os primeiros cartazes pró-Bush só apareciam em algumas casas a centenas de metros
da universidade. "Eu não quero
saber o que vocês precisaram fazer, mas o resultado foi ótimo",
brincou McAuliffe.
Apesar do aparente engajamento na campanha -logo na entrada do campus há uma pichação
onde se lê "se você não votar, não
vai poder reclamar"- poucos estudantes teriam chance de assistir
ao debate no auditório da universidade. Ingressos que sobraram
dos comitês foram sorteados, e as
regras para quem quisesse participar eram rígidas.
Além de qualquer tipo de aparelho eletrônico, alimento e bebida
ser proibido, a platéia secundária
-aquela que não pode fazer perguntas- não podia usar jeans
nem tênis, praticamente o uniforme dos alunos.
(LC)
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