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Eleitores criam leis locais por meio de referendos
Foram votadas mais de 200 propostas, sobre vários temas
O IMPÉRIO VOTA
Uso medicinal da maconha é aprovado
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Da aprovação de novos controles sobre o comércio de armas à
derrota das propostas pelo ensino
pago, os eleitores dos EUA fizeram valer na terça-feira, por meio
de referendos, suas posições sobre legislações estaduais e locais.
Nas eleições regionais, o eleitorado se debruçou sobre mais de
200 propostas, que abrangiam
questões como impostos, política
de zoneamento, "casamento" entre homossexuais e eutanásia.
Numa das mais emocionais disputas da eleição, os eleitores do
Colorado aprovaram maciçamente a checagem de antecedentes de todos os compradores de
armas -algo que, dizem os partidários, poderia ter prevenido o
massacre da escola Columbine.
"Foi Daniel que realmente levou
a isso, ele foi minha inspiração",
disse Tom Mauser, um dos líderes
da campanha, cujo filho de 15
anos, Daniel, foi um dos 15 mortos a tiros na tragédia.
O índice de aprovação da medida foi de 70% dos votos apurados.
Houve acolhimento de iniciativa
semelhante no Oregon.
Golpe na educação privada
Naquele que pode ter sido o
maior revés do movimento que
busca mais opções privadas para
o ensino nos Estados Unidos, os
eleitores da Califórnia e de Michigan derrubaram propostas de
bolsas para cursos particulares.
Na Califórnia, onde os militantes a favor e contra gastaram US$
40 milhões para tentar convencer
os outros, o eleitorado bateu a
proposta de dar aos pais US$
4.000 anuais para que matriculassem seus filhos em escolas pagas.
A proposta de Michigan era mais
modesta e foi também rejeitada.
"Estamos exultantes", disse Oscar Gonzales, porta-voz dos militantes contrários à medida. "Há
muita confiança ainda em nosso
sistema público de educação."
Os favoráveis à idéia dizem que
os planos de bônus são cruciais
para dar aos pais a chance de tirar
suas crianças do fragilizado sistema público. Seus oponentes, porém, afirmam que o efeito seria
destrutivo, por causa do desvio do
escasso dinheiro destinado às escolas do governo.
Minorias e drogas
A campanha pelos direitos dos
homossexuais foi derrotada em
Nebraska, onde os eleitores aprovaram uma lei que bane o reconhecimento da união civil entre
pessoas do mesmo sexo.
Semelhante medida também foi
aprovada em Nevada, enquanto
que, no Maine, foi rejeitada por
uma pequena margem iniciativa
que pretendia proibir a discriminação contra homossexuais.
Houve empate no Oregon, indeciso sobre impedir ou não o ensino
nas escolas de uma posição tolerante quanto ao assunto.
O Arizona aprovou com facilidade uma medida para eliminar o
ensino bilíngue nas escolas estaduais.
No Alabama, o legado racista parece ter se tornado passado: os
eleitores do Estado aprovaram o
fim dos impedimentos ao casamento inter-racial.
As estratégias de combate às
drogas foram discutidas em vários Estados. Na Califórnia, a apuração indicava vitória da proposta
de tratamento de drogados, em
vez da punição pelo encarceramento.
Colorado e Nevada se uniram
ontem a outros Estados onde o
uso medicinal da maconha foi legalizado.
No Alasca, porém, foi rejeitada a
mais ousada proposta sobre o tema, a legalização do consumo.
Uma lei parecida foi aprovada no
condado de Mendocino, no norte
da Califórnia.
Uma das mais importantes decisões estava no Maine, que estudava implementar a eutanásia. A
proposta acabou rejeitada, por
uma pequena diferença de votos.
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