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ÁFRICA DO SUL
Filmagem feita há 2 anos mostra policiais espancando negros
Vídeo mostra racismo sul-africano
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
A África do Sul reagiu com horror à exibição feita ontem de um
vídeo que mostra prisioneiros negros sendo atacados por cães policiais e sendo espancados por policiais brancos, que descreveram a
agressão como "um exercício de
treinamento".
O vídeo foi feito em 1998 e mostra três negros sendo conduzidos
a um campo próximo a uma mina
de ouro no qual, por cerca de uma
hora, eram atacados por quatro
cães policiais enquanto gritavam
e clamavam por misericórdia.
Os policiais, que espancavam as
vítimas quando elas tentavam fugir dos cães, riam e se divertiam
durante toda a agressão. Um policial disse para a câmera: "É um
exercício de treinamento".
"Isca Viva", estampou o jornal
"The Citizen", que mostrou uma
foto de um cão policial atacando
um jovem negro enquanto um
policial chutava seu abdômen.
Jackie Selebi, chefe da polícia
nacional, ordenou a prisão de seis
policiais na terça-feira, após a TV
estatal South African Broadcasting Corporation (SABC) ter mostrado às autoridades policiais o
conteúdo do vídeo que iria transmitir na terça-feira à noite.
Selebi declarou que policiais
brancos que realizaram atos racistas após o fim do apartheid seriam "banidos da força e presos".
O apartheid, regime de segregação racial da África do Sul, foi definitivamente extinto em 1994,
com a eleição de Nelson Mandela
para presidente
A assessoria do presidente sul-africano, Thabo Mbeki, disse que
ele "assistiu ao vídeo e ficou horrorizado".
Karen Mckenzie, líder de uma
ONG que defende os direitos humanos, disse que pelo menos um
dos quatro cães mostrados no vídeo ainda está em atividade. O
animal seria submetido a testes
para verificar se estava sendo treinado para atacar somente pessoas
negras.
Sally de Beer, porta-voz da polícia, disse que os policiais presos
deverão comparecer hoje nos tribunais para responder às acusações de tentativa de homicídio e
de agressão.
De acordo com grupos de proteção aos direitos humanos, 681
pessoas morreram sob custódia
policial ou em decorrência da
ação da polícia sul-africana entre
abril de 1999 e março de 2000.
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