São Paulo, segunda-feira, 09 de novembro de 2009

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Bloqueio a dois jornais é suspenso

DE BUENOS AIRES

A Casa Rosada interveio, no sábado, para suspender o conflito sindical que bloqueou parcialmente, desde o último dia 4, a distribuição dos jornais "Clarín" e "La Nación" e da revista "Noticias", críticos ao governo.
O bloqueio à saída de caminhões das gráficas foi organizado pelo sindicato dos caminhoneiros, filiado à CGT (Confederação Geral do Trabalho), principal central sindical do país, alinhada ao governo. A passagem só era liberada após horas de cerco, causando atraso na entrega das publicações.
O sindicato exige a afiliação dos motoristas empregados pelas distribuidoras de jornais e revistas. O "Clarín" classificou a atitude como censura.
O presidente da SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa), Enrique Calderón, disse ao site do "Clarín" que "é uma pena que a presidente Cristina Kirchner não queira debater cara a cara esses problemas".
No sábado, o Ministério do Trabalho agiu para obter conciliação entre o sindicato dos caminhoneiros e as empresas a quem reivindica a filiação de seus empregados.
O termo assinado proíbe o sindicato de adotar "medidas de força", como bloqueio de caminhões, por dez dias, até o fim das negociações. O diretor do sindicato, Pablo Moyano, filho do líder da CGT, Hugo Moyano, afirmou que, não havendo acordo, o bloqueio à distribuição dos jornais será retomado.
Segundo o "Clarín", a atitude da CGT de lesar a distribuição de jornais, que eleva suspeitas de cerceamento oficial à mídia no país, teria desagradado o casal Kirchner -Cristina e o ex-presidente Néstor Kirchner.
A agência de notícias do governo divulgou sábado um comunicado do sindicalista kirchnerista Hugo Moyano sobre a luta sindical no país.
"Fortalecer a unidade do movimento operário é fortalecer a unidade dos trabalhadores e potencializar a força social organizada, que respalde o governo da companheira Cristina Kirchner", diz Moyano. (SA)


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