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Calderón pede que imprensa "não entre no jogo" dos cartéis
Fala de presidente do México foi na Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa, em Mérida
Líder mexicano diz que violência causada pelo crime organizado é "a pior ameaça" e promete não censurar atividade
GUSTAVO HENNEMANN
DE BUENOS AIRES
O presidente do México,
Felipe Calderón, pediu ontem à imprensa para que não
"entre no jogo" dos cartéis de
narcotráfico e evite cair nas
estratégias de comunicação
do crime organizado.
A declaração veio durante
a 66ª assembleia geral da SIP
(Sociedade Interamericana
de Imprensa), que termina
hoje em Mérida, no México.
Segundo o presidente, a
violência instaurada pelos
cartéis é a "pior ameaça" para a liberdade de expressão
em parte do continente americano e o problema deve ser
enfrentado de maneira coordenada pelos governos e pelos meios de comunicação.
Para Calderón, a imprensa
e os três poderes do Estado
devem trabalhar num "marco de corresponsabilidade"
contra a criminalidades, que
"reprime severamente a liberdade de imprensa" sobretudo no México, na América
Central e na Colômbia.
"É um câncer que atenta
contra todos, e os jornalistas
são fator essencial", disse.
Segundo o CPJ (Comitê de
Proteção aos Jornalistas),
morreram 22 jornalistas no
México desde 1992. Desses,
21 foram assassinados e um
morreu em cobertura perigosa. Outros 30 não tiveram a
causa da morte esclarecida.
Em seu discurso, Calderón
também prometeu à SIP que
"nunca haverá nem mordaças nem censuras à atividade
jornalística" em seu país, que
"não persegue ninguém por
razões ideológicas e permite
críticas abertas ao governo".
REAÇÕES
O governo da Bolívia reagiu ontem às críticas realizadas durante a assembleia da
SIP a respeito da lei antirracismo recentemente aprovada pelo governo Evo Morales.
Anteontem, a seção boliviana da entidade disse que
artigos da lei que preveem a
prisão de jornalistas sem direito a apelação representam
a maior ameaça à livre imprensa do país desde a redemocratização, em 1982.
Para o porta-voz da Presidência, Iván Canelas, a liberdade de expressão está garantida na Bolívia e "os membros da SIP, como no passado, quando apoiaram ditaduras, estão equivocados".
O chanceler do Equador,
Ricardo Patiño, também rebateu críticas da SIP ao presidente do país, Rafael Correa,
e pediu que a entidade "se
coloque do outro lado" e analise a "pressão" que os meios
exercem sobre o governo.
Segundo o chanceler, é
"imensa, a pressão, a mentira, e a perseguição que alguns setores da imprensa
exercem sobre o governo".
Entre outros pontos, a SIP
criticara a atitude do governo
durante a rebelião da polícia
equatoriana contra o presidente, no fim de setembro,
quando o governo obrigou os
meios a retransmitir em cadeia nacional o canal oficial
de forma ininterrupta.
Já os representantes da imprensa argentina na SIP criticaram durante a assembleia
o clima de confronto e intolerância instaurado pelo governo, que, afirmam, "escolheu a mídia como inimiga".
Em carta lida no evento, o
diretor do jornal "La Nación", Bartolomé Mitre, protestou contra a nova lei de
mídia, implementada pela
presidente Cristina Kirchner,
e contra a interferência do
governo na fábrica de papel-jornal Papel Prensa.
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