|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Bush ordenou que Pentágono planejasse ataques a Irã e Síria
Revelação está na autobiografia "Decision Points", que o ex-presidente lança hoje
ANDREA MURTA
DE WASHINGTON
O ex-presidente dos EUA
George W. Bush (2001-2009)
ordenou ao Pentágono que
planejasse ataques a Irã e Síria, segundo disse na autobiografia "Decision Points"
(Momentos Decisivos, tradução livre), que lança hoje.
Os EUA dizem manter "todas as opções na mesa" sobre o Irã, que Washington
acusa de buscar desenvolver
uma bomba com seu programa nuclear. Teerã nega.
Mas a admissão clara de
que o plano foi efetivamente
elaborado mostra o quão perto o país chegou de agir durante o governo Bush.
"Orientei o Pentágono a
estudar o que seria necessário a um ataque. Seria para
parar a bomba-relógio, ao
menos temporariamente."
Se tivesse sido realizado, o
plano poderia ter desestabilizado o Oriente Médio muito
além do efeito das invasões
do Iraque e do Afeganistão.
Um ataque a instalações
da Síria foi considerado a pedido de Israel, mas Bush concluiu que os riscos eram altos
demais. Israel acabou executando o ataque em 2007.
Na autobiografia, Bush
também tenta se defender de
exaustivas críticas mostrando o que passou por sua cabeça em momentos polêmicos do governo, como na resposta ao furacão Katrina.
Em entrevista à rede NBC
ontem, ele afirmou que "um
dos momentos mais nojentos
de sua Presidência" foi ter sido acusado de racismo pelo
músico Kanye West por causa da demora no resgate aos
sobreviventes do furacão.
A entrevista foi a primeira
exclusiva após deixar o cargo. Boa parte foi tomada por
reflexões sobre o 11 de Setembro. Bush negou que estivesse "em choque" quando recebeu, imóvel, a notícia do ataque. A imagem do presidente
sentado numa escola infantil
no momento rodou o mundo.
Também defendeu que foram necessárias duas guerras, Guantánamo, tortura de
presos e escutas do governo
para manter o país seguro.
Ele conta que o governo
"foi inundado por ameaças"
nos dias que se seguiram aos
ataques, inclusive um alerta
falso sobre exposição a material tóxico na Casa Branca.
Mas, para ele, o pior período do governo foi em meados
de 2006, quando pensou que
ia perder a guerra no Iraque.
Ao final, Bush concluiu:
"Espero que [a história] me
julgue como um sucesso".
Texto Anterior: Análise/EUA-Índia: EUA miram a China, mas riscos são vários Próximo Texto: Calderón pede que imprensa "não entre no jogo" dos cartéis Índice | Comunicar Erros
|