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IRAQUE NA MIRA
Americanos devem mostrar à ONU suas "provas" de que iraquianos têm armas proibidas, diz assessor de Saddam
Bagdá desafia EUA a apresentarem "provas"
DA REDAÇÃO
O Iraque desafiou os EUA ontem a fornecerem aos inspetores
da ONU as informações que afirmam possuir sobre a existência de
programas de armas iraquianos.
Bagdá entregou anteontem a
inspetores da ONU um dossiê sobre suas atividades relacionadas a
armas químicas, biológicas e nucleares no qual, segundo autoridades iraquianas, o país afirma
não possuir armas proibidas.
"Esperamos que isso satisfaça
[os EUA", já que [o dossiê" é atual
e preciso, como eles pediram, e
abrangente e verdadeiro", disse
Amir al Saadi, assessor do ditador
iraquiano Saddam Hussein.
Os EUA dizem que têm "provas
substanciais", incluindo algumas
não divulgadas, de que o Iraque
manteve e acelerou seus programas de armas de destruição em
massa, em desacordo com determinações da ONU.
"Se eles tiverem algo em contrário, que apresentem, entreguem à
AIEA (Agência Internacional de
Energia Atômica), entreguem à
Unmovic (Comissão de Monitoramento, Verificação e Inspeção
da ONU). [Os inspetores" estão
aqui, poderiam verificar as informações. Por que jogar esse jogo?",
indagou o iraquiano.
Saadi reclamou do fato de que o
governo americano, mesmo antes
de ler o dossiê, ridicularizou o documento de quase 12 mil páginas
como "uma lista telefônica".
"Não entendemos esse julgamento apressado", afirmou.
"Uma superpotência deveria estudar e julgar com calma, especialmente porque todos estão observando enquanto ela se prepara
para uma enorme campanha militar, para uma agressão contra o
Iraque. Ela deveria se comportar
com sabedoria", disse.
Questionado sobre o quão próximo o Iraque já esteve de fabricar
uma bomba nuclear, Saadi disse:
"Não chegamos à montagem final
da bomba nem a testamos".
Saadi disse que o Iraque enviou
a seção do dossiê sobre seu programa nuclear à sede da AIEA, em
Viena, e documentos relativos à
produção de armas químicas e
biológicas e mísseis de longo alcance à Unmovic, em Nova York.
Ele afirmou que uma cópia do
dossiê foi enviada ao Conselho de
Segurança (CS) da ONU com
uma carta do chanceler do Iraque,
Naji Sabri, advertindo que parte
do material é "sensível", já que inclui projetos para construir armas
de destruição em massa.
Engenheiros nucleares, químicos, biólogos, técnicos especializados em mísseis e outros assuntos da ONU devem examinar o relatório do Iraque por semanas em
busca de programas ou arsenais
remanescentes de armas de destruição em massa nas entrelinhas.
"Espero que a comunidade internacional nos dê tempo para fazer um trabalho apropriado", disse Mohamed El Baradei, diretor-geral da AIEA.
Antes de distribui-lo aos 15 países do CS, os técnicos da ONU devem remover do dossiê informações sobre como produzir armas
químicas, biológicas e nucleares.
As agências da ONU vão comparar as novas informações fornecidas pelo Iraque com outros
relatórios iraquianos e com seus
próprios bancos de dados de inspeções anteriores. "As informações fornecidas nessa declaração
terão de ser verificadas, e esse
ônus recairá sobre nós", disse Demetrius Perricos, chefe da equipe
da Unmovic no Iraque.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia emitiu uma nota
dizendo que a declaração do Iraque demonstra que Bagdá está
comprometida a "agir em obediência" às exigências da ONU.
O chanceler britânico, Jack
Straw, reagiu com ceticismo, afirmando que relatórios anteriores
do Iraque sobre suas armas eram
"pacotes de mentiras".
Sob a resolução 1441 do CS,
aprovada em novembro, Bagdá
tinha até ontem para apresentar
um relatório "preciso, integral e
completo" de seus programas de
armas. Os inspetores continuaram seu trabalho ontem, visitando uma companhia mineradora
em Bagdá e uma fábrica de pesticidas perto da capital iraquiana.
O Kuait rejeitou um pedido de
desculpas de Saddam pela invasão do país em 1990, dizendo que
era um pretexto para incitar a violência contra militares americanos treinando em solo kuaitiano.
Com agências internacionais
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