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Evo afirma haver "liberdade de expressão exagerada" na Bolívia
Reeleito diz que imprensa boliviana deveria ter respaldado sua candidatura
DA REDAÇÃO
O presidente da Bolívia, Evo
Morales, disse ontem que a Bolívia padece de uma "exagerada" liberdade de expressão e se
queixou com a imprensa por
esta não ter respaldado sua
candidatura na eleição presidencial do último domingo, na
qual ele foi reeleito com estimados mais de 60% dos votos.
A declaração foi dada em resposta a uma jornalista que perguntara a Morales como ele
pretendia proteger os meios de
comunicação de supostas perseguições políticas.
"A imprensa é que intimida
os políticos, eu sou [sua] vítima
permanente", disse o presidente -que, como Hugo Chávez,
Cristina Kirchner e outros
mandatários sul-americanos,
tem tido enfrentamentos constantes com a mídia. Morales já
acusou jornalistas de estimular
o separatismo na Bolívia e obrigou os meios de comunicação a
reservar espaços diários para
que sindicatos expressassem
suas opiniões.
Durante a campanha para a
reeleição de Morales, a maioria
dos meios controlados por empresários conservadores se alinhou à oposição ao presidente
esquerdista e indígena.
Resultados parciais
Após atrasos na contagem, a
Corte Eleitoral boliviana começou a divulgar ontem os primeiros resultados oficiais do pleito
de domingo, e, até a noite de
ontem, com 30% das urnas
apuradas, Morales, do MAS
(Movimento ao Socialismo), tinha 51,2% dos votos -percentual que deve aumentar quando
se computarem os votos nos
bastiões do presidente, como as
áreas rurais, ou os votos de bolivianos no exterior (no Brasil,
Morales ficou com 95,6% dos
14,3 mil votos).
Na contagem parcial, o principal adversário de Morales,
Manfred Reyes Villa (Plano
Progresso - Convergência Nacional), contava com cerca de
37,5% dos votos.
Também ontem, Morales pediu aos movimentos sociais que
constituem sua base de apoio
que deem início à campanha
para as eleições de abril de 2010
para governadores dos nove departamentos bolivianos. É nesse pleito que a oposição, fragmentada, pretende conquistar
o terreno perdido em âmbito
nacional.
Com agências internacionais
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