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CRISE DIPLOMÁTICA
Assessora de Bush critica amizade com Fidel e insinua supostas ligações com a guerrilha colombiana
"Chávez não tem papel construtivo", diz Rice
DA REDAÇÃO
A crise diplomática dos últimos
dias envolvendo EUA e Venezuela chegou ontem ao alto escalão
do governo do presidente George
W. Bush após duras declarações
de sua assessora de Segurança,
Condoleezza Rice. Em entrevista,
ela disse que o presidente venezuelano, Hugo Chávez, não vem
tendo um "papel construtivo" na
região ao apoiar o regime comunista cubano e criar problemas bilaterais com a Colômbia.
O chanceler venezuelano, Roy
Chaderton Matos, em sua resposta, sugeriu que Rice "procurasse
informações confiáveis sobre a
desestabilização e derrubada de
regimes democráticos na América Latina durante o século 20".
"Há papéis que a Venezuela tem
desempenhado que não ajudam
muito e temos falado com eles sobre isso", disse Rice, ao ser questionada sobre a amizade de Chávez com o ditador Fidel Castro.
"Não posso entender por que
alguém que crê na democracia, ou
deseja que as pessoas acreditem
nisso, queira ter algo com Fidel
Castro, cujo regime é o único antidemocrático da região", disse.
"Acredito que os colombianos
em particular tiveram algumas
preocupações sobre atividades
nas quais a Venezuela pode ter tido envolvimento", disse Rice, aludindo à suposta presença de
membros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em território venezuelano.
As declarações ocorrem às vésperas da Cúpula das Américas,
que será realizada em Monterrey,
no México, na semana que vem.
Chávez e Bush já confirmaram
presença.
Roger Noriega, chefe da diplomacia americana para a América
Latina, já havia criticado a proximidade entre Chávez e Castro. Rice pediu que Chávez não perturbe
o processo de convocação de um
referendo para abreviar seu mandato, que vai até 2007. O Conselho
Nacional Eleitoral começou ontem a verificar as atas do abaixo-assinado que pede o referendo,
conduzido pela oposição. Já a
contagem das firmas começará na
terça e levará um mês.
Na resposta, o chanceler Matos
diz que Rice "manteve silêncio"
sobre os "golpistas que dissolveram todas as instituições legítimas e democráticas [depois da
tentativa de derrubada de Chávez
em 2002]". "Vários governantes
de regimes autoritários foram visitados ou recebidos pela conselheira. Gostaríamos de saber se
considera isso como demonstração de sua crença em processos
democráticos", afirmou Matos.
Com agências internacionais
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