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TERRORISMO
Gaddafi busca reatar relações com a França
Líbia paga US$ 170 mi às famílias de vítimas de atentado a avião
DA REDAÇÃO
Em novo gesto destinado a normalizar suas relações com o Ocidente, o governo da Líbia concordou ontem, em Paris, em indenizar com US$ 1 milhão os familiares de cada um dos 170 passageiros do vôo da companhia francesa UTA, derrubado pela explosão
de uma bomba quando sobrevoava a Nigéria, em 1989.
O regime do ditador líbio,
Muammar Gaddafi, negou durante anos ter qualquer envolvimento no atentado. Há cinco
anos, um tribunal francês concluiu o julgamento à revelia de oito líbios que produziram e colocaram a bomba no avião. Entre eles
estava um cunhado do ditador.
Aos US$ 170 milhões que a Líbia
agora pagará em indenizações somam-se os US$ 2,7 bilhões que ela
já se comprometeu a dividir entre
os familiares dos 270 passageiros
que morreram, em 1988, no vôo
da Pan Am que caiu sobre a localidade escocesa de Lockerbie.
O DC-10 da UTA transportava
passageiros de 17 nacionalidades.
Os 54 franceses formavam o grupo mais numeroso, seguidos de
50 congoleses, 38 chadianos, 11
italianos e sete norte-americanos.
Submetida há vários anos a sanções aprovadas pelo Conselho de
Segurança (CS) da ONU devido a
seu envolvimento com o terrorismo, a Líbia tem manobrado para
romper seu isolamento. Em 1999,
extraditou os autores do atentado
da Pan Am e, em agosto passado,
fechou acordo com os familiares
daquele grupo de vítimas.
No mês seguinte, a ONU suspendeu as medidas contra o regime líbio. A França, entretanto,
ameaçou usar seu poder de veto
no CS, o que inviabilizaria o fim
das sanções econômicas, caso familiares dos passageiros da UTA
não recebessem o mesmo tratamento destinado aos passageiros
da Pan Am.
Gaddafi concordou e designou
um de seus filhos como emissário
para as negociações, em Paris.
Em dezembro, o ditador, em
novo gesto, prometeu desmontar
seu programa de armas de destruição em massa, aceitando que
inspetores da ONU visitassem
suas instalações nucleares.
O chanceler líbio, Abdel Shalgham, foi recebido ontem por
Dominique de Villepin, chefe da
diplomacia francesa, para quem
"um novo passo" foi dado para
normalizar as relações bilaterais.
Com agências internacionais
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