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Ofensiva mata 50 insurgentes em Bagdá
Bush anuncia hoje nova estratégia, que deve incluir envio de mais tropas; democrata quer bloquear iniciativa
DA REDAÇÃO
Na véspera do anúncio da nova estratégia dos Estados Unidos para o Iraque, intensos
combates foram travados ontem pelo quarto dia consecutivo no centro de Bagdá entre
forças americanas e iraquianas
e insurgentes árabes sunitas.
Segundo o Exército iraquiano,
50 insurgentes foram mortos.
No pronunciamento que fará
hoje à noite, Bush deve anunciar o envio de cerca de 20 mil
soldados adicionais ao Iraque,
medida que sofre resistência
tanto da oposição democrata,
que desde a semana passada
controla ambas as Casas do
Congresso, como de membros
do Partido Republicano. A nova
estratégia deve ainda incluir
ajuda econômica e impor metas ao governo iraquiano.
A ação antiinsurgente teve o
apoio de helicópteros e caças
americanos, que dispararam
contra a região da rua Haifa, no
centro da capital, onde se escondiam supostos terroristas,
segundo o porta-voz do Ministério da Defesa iraquiano. A
ofensiva, que durou mais de
cinco horas, gerou os mais intensos combates desde que, no
sábado, o premiê Nuri al Maliki
anunciou o início de um novo
plano de segurança para Bagdá.
"Todos os nossos recursos
políticos, econômicos, de mídia, segurança e militares serão
usados para apoiar as operações pelas quais Bagdá aguarda", disse Maliki, que na semana passada conversou com o
presidente americano por telefone sobre a nova estratégia.
Ele não informou se a ação de
ontem na capital já faz parte do
plano que o presidente americano anunciará hoje à noite. Segundo informações da imprensa americana, ela terá como foco a segurança de Bagdá.
Kennedy
Empossada há menos de
uma semana, a nova maioria
democrata no Congresso americano deixou de lado os projetos de política interna para centrar seus esforços no Iraque. Na
primeira sugestão concreta de
ação, um de seus líderes mais
proeminentes, o senador Edward Kennedy, disse ontem
que o Congresso tem autoridade para bloquear o plano de
Bush de mandar mais tropas.
"Não podemos simplesmente falar contra a escalada de tropas no Iraque, temos que agir
para evitá-la", disse Kennedy. A
declaração esquenta o debate
sobre os poderes constitucionais do Congresso -especificamente se ele pode vetar o uso
da força quando ordenado pelo
presidente, comandante-em-chefe das Forças Armadas.
"Não pode haver dúvidas de
que a Constituição dá ao Congresso autoridade para decidir
se custeia uma ação militar, e o
Congresso pode exigir uma justificativa do presidente para tal
ação antes de aprovar verbas
para ela", disse. Em 2002, sob
maioria republicana, o Congresso autorizou a invasão do
Iraque. Desde então a guerra já
matou mais de 3.000 americanos e tornou-se extremamente
impopular nos EUA.
Em Genebra, o Alto Comissariado para Refugiados da
ONU fez um pedido urgente de
ajuda aos iraquianos deslocados pela violência, cujo número
estima em 3,7 milhões. Um em
cada oito iraquianos foi forçado
a sair de casa, diz a agência, no
"maior deslocamento populacional no Oriente Médio" desde a criação de Israel, em 1948.
Saddam
O premiê iraquiano confirmou que os EUA pediram o
adiamento da execução de Saddam Hussein. Maliki disse que
o embaixador dos EUA, Zalmay
Khalilzad, "expressou o desejo
de que a execução fosse adiada
entre dez dias e duas semanas".
Mas o pedido foi negado, disse
o premiê, para evitar "problemas de segurança" causados
por partidários do ditador.
O premiê britânico, Tony
Blair, disse ontem que o modo
como Saddam foi executado foi
"completamente errado" e
"imperdoável". Foi a primeira
vez que Blair, principal aliado
de Bush no Iraque, falou publicamente sobre a execução.
Com agências internacionais
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