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Emmanuel tem atendimento psicológico antes de ser entregue a família da mãe
ENVIADO ESPECIAL A BOGOTÁ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Mantido pelo governo colombiano em lugar desconhecido, o menino Emmanuel, 3,
nascido num cativeiro das Farc
(Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), está recebendo tratamento psicológico
específico para ser entregue à
família Rojas.
Ontem, meios de comunicação colombianos anteciparam
o resultado de um exame de
DNA feito na Espanha confirmando que se trata do filho da
ex-vice-candidata a presidente
Clara Rojas, seqüestrada pela
guerrilha desde 2002.
"Estamos preparando o menino para que saia sem traumas
para a família nem traumas para ele", disse Elvira Forero, diretora do Instituto Colombiano de Bem-Estar Familiar
(ICBF), que ontem recebeu em
seu escritório um grupo de jornalistas estrangeiros, entre os
quais a Folha.
"Primeiro, haverá encontros
curtos, visitas ao domicílio dos
Rojas, visitas da família ao albergue temporário, onde está o
menino. É uma espécie de
transição para que o menino se
integre à família", explicou.
"Ele tem um vínculo com a sua
mãe substituta [contratada pelo ICBF], com quem ficou durante um ano e cinco meses."
Embora tenha falado em cerca de 15 dias, Forero evitou dar
um prazo rígido para que o menino seja devolvido à família
Rojas. Ela afirmou que se trata
de um "processo no qual se faz
um acompanhamento da família e também um acompanhamento do menino".
A diretora disse que Emmanuel terá ainda de passar por
uma segunda cirurgia para corrigir a fratura num dos braços,
ocorrida em seu nascimento,
num acampamento das Farc.
"Ele não pode fechar a mão e
não flexiona o braço", disse a
diretora. Segundo ela, não são
seqüelas permanentes.
Forero pediu também paciência à imprensa para evitar
mais danos à criança. "É lógico
que o mundo quer saber quem
é Emmanuel, mas, para que o
mundo saiba, não precisamos
superexpô-lo, mas protegê-lo."
Forero ainda chama Emmanuel de "Juan David", nome
pelo qual foi registrado ilegalmente pela família encarregada pelas Farc de cuidar dele,
em janeiro de 2005, no Estado
de Guaviare (sudeste).
Meses mais tarde, em meados de 2005, Emmanuel foi levado a um hospital com graves
problemas de saúde. O ICBF
foi acionado e assumiu a guarda da criança, levada a Bogotá
para ter um melhor tratamento
médico. "Nos primeiros relatórios, quando chegou ao instituto, ele dizia monossílabos, se
levantava e perguntava por sua
mãe", disse Forero.
Em fevereiro de 2006, uma
foto distorcida de "Juan David"
foi mostrada na televisão colombiana pelo tradicional
anúncio "As crianças procuram
seu lar", de responsabilidade
da ICBF. O objetivo é tentar localizar os país da criança.
Quando o governo colombiano identificou preliminarmente Juan David como sendo Emmanuel, filho de Rojas, em 28
de dezembro, o ICBF havia começado o processo para oferecê-lo à adoção. A identidade
verdadeira só foi confirmada
na semana passada, por meio
de um exame de DNA.
(FABIANO MAISONNAVE E JOHANNA CORTÉS)
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