São Paulo, domingo, 10 de fevereiro de 2002

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"Madre Paulina me devolveu a vida"

DO ENVIADO ESPECIAL

"O médico disse que meu marido podia ir para casa e comprar o caixão. No dia seguinte, eu estava bem", disse à Folha, por telefone, de Imbituba (Santa Catarina), Eluísa Rosa de Souza, 59, que afirma ter sido salva depois de rezar para madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus.
"Ela merece ser santa. Foi humilde e gostava de ajudar os pobres. Ela me devolveu a vida."
Em 1989, a Santa Sé reconheceu como milagre a cura "instantânea, perfeita e duradoura" de Eluísa. Na sétima gravidez (aos 24 anos), ocorreu a morte intra-uterina do feto, retido por alguns meses no útero. A retirada causou fortes hemorragias.
Para se tornar santo, um segundo milagre deve ser reconhecido. Isso aconteceu no final de 2000, quando consideraram a cura da acreana Iza Bruna Vieira de Souza, nascida em 5 de junho de 1992.
"Iza nasceu com uma bolha do tamanho de uma laranja, saindo do pescoço. Não podíamos ter contato com ela. À medida que os dias iam passando, a bolha aumentava. Teve morte cerebral", diz a mãe, Francisca Mabel, 27.
A criança foi operada quatro dias depois e teve uma convulsão pós-operatória. Foi batizada no hospital pelo padre Azevedo, que costumava rezar numa igreja ligada a madre Paulina.
"Iza ficou sempre com a foto de madre Paulina no berçário. Foi operada com a foto de madre Paulina. Minha mãe havia feito uma promessa de que, se a criança se salvasse, ela seria devota para sempre de madre Paulina. Hoje, com nove anos, Iza é uma criança normal graças à madre Paulina", afirmou à Folha, por telefone. "Queremos vê-la no altar, reconhecida como santa."
A irmã Célia Cadorin, postuladora ("advogada") desde 1994 do processo de canonização de madre Paulina, vai comparecer a um consistório no Vaticano no próximo dia 28. Segundo ela, o papa deve anunciar na ocasião a data da canonização. "Pedi que fosse ainda no primeiro semestre", diz.
Cadorin conta que conheceu a madre Paulina em 1941. "Tive a graça de receber ao menos três bênçãos. Em 1942, sofri uma queda e fiz uma cirurgia. O braço começou a ficar paralisado. Minha tia teve a inspiração de colocar um cravo que tirou do caixão [de madre Paulina" em meu braço. Fiquei bem", relata.
Com mais de 6.500 páginas, os processos foram custeados sobretudo pelo monsenhor Guido Bortolameoti, 97. "Ela nasceu na Itália e tem devotos lá, mas morou a vida toda no Brasil." Os gastos giram em torno de US$ 100 mil.
Amabile Lucia Visintainer (nome de batismo) nasceu na Itália, em 1865. Era a segunda entre 14 irmãos -nove deles brasileiros. Aos nove anos, emigrou para Santa Catarina. Morreu em 9 de julho de 1942. (PDF)


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