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"Madre Paulina me devolveu a vida"
DO ENVIADO ESPECIAL
"O médico disse que meu marido podia ir para casa e comprar o
caixão. No dia seguinte, eu estava
bem", disse à Folha, por telefone,
de Imbituba (Santa Catarina),
Eluísa Rosa de Souza, 59, que afirma ter sido salva depois de rezar
para madre Paulina do Coração
Agonizante de Jesus.
"Ela merece ser santa. Foi humilde e gostava de ajudar os pobres. Ela me devolveu a vida."
Em 1989, a Santa Sé reconheceu
como milagre a cura "instantânea, perfeita e duradoura" de
Eluísa. Na sétima gravidez (aos 24
anos), ocorreu a morte intra-uterina do feto, retido por alguns meses no útero. A retirada causou
fortes hemorragias.
Para se tornar santo, um segundo milagre deve ser reconhecido.
Isso aconteceu no final de 2000,
quando consideraram a cura da
acreana Iza Bruna Vieira de Souza, nascida em 5 de junho de 1992.
"Iza nasceu com uma bolha do
tamanho de uma laranja, saindo
do pescoço. Não podíamos ter
contato com ela. À medida que os
dias iam passando, a bolha aumentava. Teve morte cerebral",
diz a mãe, Francisca Mabel, 27.
A criança foi operada quatro
dias depois e teve uma convulsão
pós-operatória. Foi batizada no
hospital pelo padre Azevedo, que
costumava rezar numa igreja ligada a madre Paulina.
"Iza ficou sempre com a foto de
madre Paulina no berçário. Foi
operada com a foto de madre
Paulina. Minha mãe havia feito
uma promessa de que, se a criança se salvasse, ela seria devota para sempre de madre Paulina. Hoje, com nove anos, Iza é uma
criança normal graças à madre
Paulina", afirmou à Folha, por telefone. "Queremos vê-la no altar,
reconhecida como santa."
A irmã Célia Cadorin, postuladora ("advogada") desde 1994 do
processo de canonização de madre Paulina, vai comparecer a um
consistório no Vaticano no próximo dia 28. Segundo ela, o papa
deve anunciar na ocasião a data
da canonização. "Pedi que fosse
ainda no primeiro semestre", diz.
Cadorin conta que conheceu a
madre Paulina em 1941. "Tive a
graça de receber ao menos três
bênçãos. Em 1942, sofri uma queda e fiz uma cirurgia. O braço começou a ficar paralisado. Minha
tia teve a inspiração de colocar
um cravo que tirou do caixão [de
madre Paulina" em meu braço.
Fiquei bem", relata.
Com mais de 6.500 páginas, os
processos foram custeados sobretudo pelo monsenhor Guido Bortolameoti, 97. "Ela nasceu na Itália e tem devotos lá, mas morou a
vida toda no Brasil." Os gastos giram em torno de US$ 100 mil.
Amabile Lucia Visintainer (nome de batismo) nasceu na Itália,
em 1865. Era a segunda entre 14
irmãos -nove deles brasileiros.
Aos nove anos, emigrou para
Santa Catarina. Morreu em 9 de
julho de 1942.
(PDF)
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