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REALEZA
Irmã da rainha Elizabeth, famosa por estilo glamouroso, sofre último de série de derrames e morre em hospital
Princesa Margaret morre aos 71 em Londres
DA REDAÇÃO
A princesa britânica Margaret,
71, irmã da rainha Elizabeth 2ª,
morreu ontem após o último de
uma série de derrames. A morte
ocorreu na mesma semana em
que sua irmã começou a comemorar 50 anos de reinado.
Muito mais vivaz do que a irmã
rainha, Margaret ficou conhecida
por seu estilo de vida glamouroso,
embora nos últimos anos problemas de saúde tenham transformado sua imagem.
A rainha anunciou a morte
"com grande tristeza", em comunicado exposto nos portões do
Palácio de Buckingham, em Londres. Pequenos grupos de turistas
e súditos se reuniram às portas do
palácio, alguns chorando, mas
numa reação muito menor do
que a ocorrida com a morte da
princesa Diana, em 1997.
O palácio disse que Margaret
sofreu seu último derrame na tarde de anteontem, teve problemas
cardíacos durante a noite e foi levada do Palácio de Kensington
para o hospital.
"Sua amada irmã, a princesa
Margaret, morreu em paz, durante o sono, às 6h30 desta manhã,
no hospital King Edward VII.
Seus filhos, lorde Linley e lady Sarah Chatto, estavam ao seu lado",
disse o comunicado real.
Conhecida pelos hábitos de beber, fumar e ter muitos namorados, Margaret preferiu seguir o
protocolo a casar-se com seu verdadeiro amor, um oficial da Força
Aérea que, por ser divorciado, foi
vetado pela família real.
"Ela serviu muito a seu país",
disse o premiê Tony Blair, em visita à África. "Ela será lembrada
com muita afeição", acrescentou.
A morte ocorreu no momento
em que a família real iniciava as
celebrações do Jubileu de Ouro do
reinado de Elizabeth. Os planos já
haviam começado mal, com apatia em relação às festividades e novos escândalos envolvendo os jovens príncipes. Não foi revelada
ontem alteração nas festividades
previstas para o jubileu.
A morte de Margaret, segundo
comentaristas da realeza, pode
ajudar a galvanizar apoio à família
real, mas será um golpe amargo
para a matriarca, a rainha-mãe,
que, aos 101 anos e em estado delicado de saúde, sobreviveu à morte de sua filha caçula.
Sempre a irmã mais vistosa, em
comparação com a circunspecta
rainha, Margaret mal apareceu
em público no final da vida. E suas
últimas aparições revelaram uma
mulher destruída. Incapaz de andar, enrolada em cobertores e em
cadeira de rodas, diferia muito da
imagem da princesa com fama de
partir corações. Os derrames já
haviam danificado sua visão e afetado um dos braços.
Ela teve uma parte do pulmão
esquerdo removido em 1985, o
que foi atribuído ao hábito de fumar até 60 cigarros por dia.
Amiga de celebridades e frequentadora de boates, a princesa
foi uma das primeiras a lutar contra as estruturas rígidas das convenções reais, apesar de sua inicial
aceitação do protocolo ao desistir
de seu casamento. Mãe de dois filhos, Margaret apreciava balé e
jazz. Frequentava a ilha caribenha
de Mustique, e o apreço por festas
marcou sua imagem.
Em 1955, ela cedeu às pressões e
abandonou seu romance com o
capitão Peter Townsend por causa do veto a casamentos reais com
divorciados. O caso quase gerou
uma crise constitucional.
Ela se casou com o fotógrafo
Anthony Armstrong-Jones em
1960. O casamento terminou em
1978, no primeiro divórcio no círculo mais íntimo da família real
desde os dias de Henrique 8º.
Margaret era a 11ª na linha de
sucessão ao trono. Ela deve ser enterrada no castelo de Windsor, ao
lado do pai, o rei George 5º, em
cerimônia íntima na sexta-feira.
O presidente Fernando Henrique Cardoso enviou, por meio da
Embaixada do Brasil em Londres,
mensagem de condolências à rainha Elizabeth pela morte da irmã.
Em São Paulo, um livro de condolências estará disponível na
quinta e na sexta-feira, das 10h às
16h, no Consulado Geral Britânico (r. Ferreira de Araújo, 741).
Com agências internacionais
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