São Paulo, domingo, 10 de fevereiro de 2002

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REALEZA

Irmã da rainha Elizabeth, famosa por estilo glamouroso, sofre último de série de derrames e morre em hospital

Princesa Margaret morre aos 71 em Londres

DA REDAÇÃO

A princesa britânica Margaret, 71, irmã da rainha Elizabeth 2ª, morreu ontem após o último de uma série de derrames. A morte ocorreu na mesma semana em que sua irmã começou a comemorar 50 anos de reinado.
Muito mais vivaz do que a irmã rainha, Margaret ficou conhecida por seu estilo de vida glamouroso, embora nos últimos anos problemas de saúde tenham transformado sua imagem.
A rainha anunciou a morte "com grande tristeza", em comunicado exposto nos portões do Palácio de Buckingham, em Londres. Pequenos grupos de turistas e súditos se reuniram às portas do palácio, alguns chorando, mas numa reação muito menor do que a ocorrida com a morte da princesa Diana, em 1997.
O palácio disse que Margaret sofreu seu último derrame na tarde de anteontem, teve problemas cardíacos durante a noite e foi levada do Palácio de Kensington para o hospital.
"Sua amada irmã, a princesa Margaret, morreu em paz, durante o sono, às 6h30 desta manhã, no hospital King Edward VII. Seus filhos, lorde Linley e lady Sarah Chatto, estavam ao seu lado", disse o comunicado real.
Conhecida pelos hábitos de beber, fumar e ter muitos namorados, Margaret preferiu seguir o protocolo a casar-se com seu verdadeiro amor, um oficial da Força Aérea que, por ser divorciado, foi vetado pela família real.
"Ela serviu muito a seu país", disse o premiê Tony Blair, em visita à África. "Ela será lembrada com muita afeição", acrescentou.
A morte ocorreu no momento em que a família real iniciava as celebrações do Jubileu de Ouro do reinado de Elizabeth. Os planos já haviam começado mal, com apatia em relação às festividades e novos escândalos envolvendo os jovens príncipes. Não foi revelada ontem alteração nas festividades previstas para o jubileu.
A morte de Margaret, segundo comentaristas da realeza, pode ajudar a galvanizar apoio à família real, mas será um golpe amargo para a matriarca, a rainha-mãe, que, aos 101 anos e em estado delicado de saúde, sobreviveu à morte de sua filha caçula.
Sempre a irmã mais vistosa, em comparação com a circunspecta rainha, Margaret mal apareceu em público no final da vida. E suas últimas aparições revelaram uma mulher destruída. Incapaz de andar, enrolada em cobertores e em cadeira de rodas, diferia muito da imagem da princesa com fama de partir corações. Os derrames já haviam danificado sua visão e afetado um dos braços.
Ela teve uma parte do pulmão esquerdo removido em 1985, o que foi atribuído ao hábito de fumar até 60 cigarros por dia.
Amiga de celebridades e frequentadora de boates, a princesa foi uma das primeiras a lutar contra as estruturas rígidas das convenções reais, apesar de sua inicial aceitação do protocolo ao desistir de seu casamento. Mãe de dois filhos, Margaret apreciava balé e jazz. Frequentava a ilha caribenha de Mustique, e o apreço por festas marcou sua imagem.
Em 1955, ela cedeu às pressões e abandonou seu romance com o capitão Peter Townsend por causa do veto a casamentos reais com divorciados. O caso quase gerou uma crise constitucional.
Ela se casou com o fotógrafo Anthony Armstrong-Jones em 1960. O casamento terminou em 1978, no primeiro divórcio no círculo mais íntimo da família real desde os dias de Henrique 8º.
Margaret era a 11ª na linha de sucessão ao trono. Ela deve ser enterrada no castelo de Windsor, ao lado do pai, o rei George 5º, em cerimônia íntima na sexta-feira.
O presidente Fernando Henrique Cardoso enviou, por meio da Embaixada do Brasil em Londres, mensagem de condolências à rainha Elizabeth pela morte da irmã.
Em São Paulo, um livro de condolências estará disponível na quinta e na sexta-feira, das 10h às 16h, no Consulado Geral Britânico (r. Ferreira de Araújo, 741).


Com agências internacionais


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