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AMÉRICA LATINA
Advogado de Pedro Soto confirma que o militar se apresentará ao comandante da Força Aérea amanhã
Coronel venezuelano pede resistência se for preso
DA REDAÇÃO
O advogado Hidalgo Valero,
defensor do coronel Pedro Soto,
que pediu publicamente a renúncia do presidente da Venezuela,
Hugo Chávez, na última quinta-feira, convocou ontem manifestações nas ruas em apoio ao oficial
caso ele seja preso amanhã, quando deve se apresentar ao comando da Força Aérea venezuelana.
Valero confirmou que Soto
-que, na quinta-feira, pediu o
término do governo de três anos
de Chávez em uma conferência
sobre a liberdade de expressão organizada por grupos de oposição
em um hotel de Caracas- planeja se apresentar às 9h de amanhã
(11h em Brasília) ao comandante
da Força Aérea, general Régulo
Anselmi López, no aeroporto La
Carlota, em Caracas.
O general Anselmi afirmou anteontem que havia dado a Soto
um prazo de 72 horas, até amanhã, para se apresentar ao comando da Força Aérea. Caso o coronel não cumprisse a ordem, segundo Anselmi, ele seria declarado desertor e poderia ser preso.
"Na segunda-feira, estaremos lá
atendendo ao chamado feito pelo
comandante da Força Aérea", disse o advogado de Soto em entrevista a uma emissora de rádio venezuelana.
Valero afirmou que, se Soto for
"detido arbitrariamente", seus
defensores convocarão manifestações nas ruas da capital.
"Vamos pedir à população que
faça uma vigília diante do local de
reclusão até que ele seja posto em
liberdade", disse.
O advogado insistiu em que Soto "pode perfeitamente ficar em
liberdade" enquanto seu comando prepara um conselho de investigação e alguma medida judicial.
Segundo Valero, o coronel se
encontrava ontem "resguardado,
com muito boa saúde".
Na quinta-feira, Soto liderou
uma concentração de 4.000 pessoas na praça Altamira (região
leste de Caracas), que se transformou em uma marcha e, em seguida, em um "cerco" à residência
oficial de Chávez, depois que moradores da capital impediram sua
prisão por policiais militares.
Anteontem, grupos de apoio e
oposição a Chávez realizaram
manifestações em várias cidades
do país, e outro militar da ativa, o
capitão da Guarda Nacional Pedro Flores, uniu-se a Soto. Ele
acusou o presidente de pôr em
perigo o sistema democrático do
país ao se envolver em casos de
corrupção e atacar a Igreja Católica, a mídia e "o governo da lei".
Valero não descartou a possibilidade de que outros militares da
ativa se unam a Soto e Flores nos
próximos dias.
"Penso que haja muitos, mais
do que se imagina", disse Valero,
um coronel aposentado da Força
Aérea, referindo-se a militares
descontentes com o governo.
Com agências internacionais
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