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Sob pressão, Gates diz ter provas contra Irã
Segundo chefe da Defesa dos EUA, números de séries e marcas em explosivos são evidência do envolvimento iraniano no Iraque
DA REDAÇÃO
Sob intensa pressão para revelar provas do suposto envolvimento do Irã no fornecimento de armas ou de tecnologia
para a insurgência iraquiana, o
secretário da Defesa dos EUA,
Robert Gates, disse ontem que
números de séries e marcas em
explosivos usados no país são
evidências "bastante boas" dessa participação.
É a primeira vez que uma autoridade americana dá algum
tipo de detalhe -sem mostrar
provas materiais- sobre o envolvimento iraniano desde que
o presidente George W. Bush
acusou o Irã, em seu discurso
do Estado da União, em 23 de
janeiro, de armar a insurgência.
"Creio que há alguns números de série e pode haver algumas marcas em alguns dos fragmentos de projéteis que encontramos", afirmou Gates.
"O Irã está muito envolvido
em prover ou tecnologia ou armas para esses projéteis explosivos. Eles não representam
uma grande porcentagem dos
ataques, mas são extremamente letais", acrescentou.
Sobre a detenção, pelas forças americanas, de iranianos no
Iraque, Gates disse: "Não creio
que tenha sido uma surpresa
que iranianos estivessem envolvidos, mas foi uma surpresa
termos efetivamente capturado alguns." Na semana passada,
Teerã acusou os EUA de terem
detido um de seus diplomatas.
O governo americano prometeu divulgar um dossiê com
provas sobre a participação do
Irã no Iraque, mas até o momento não o fez.
Autoridades do governo têm
enfrentado duras críticas e
questionamentos pelo Congresso e pela imprensa, que relembram a manipulação das informações para justificar a invasão do Iraque em 2003.
"Queremos assegurar que vamos dispor das melhores informações possíveis, mas de uma
maneira que não comprometa
as fontes e os métodos e que
não torne mais difícil para nós
lidar com a situação lá", afirmou Tom Casey, porta-voz do
Departamento de Estado.
Um relatório elaborado pelo
inspetor-geral do Pentágono e
enviado ao Congresso nesta semana aponta falhas na manipulação de informações de inteligência às vésperas da invasão
do Iraque por um grupo de funcionários civis da Defesa. Na
ocasião, a suposta ligação entre
o ditador Saddam Hussein e a
Al Qaeda foi usada como justificativa para a invasão.
O relatório diz que o grupo
"desenvolveu, produziu e então
disseminou avaliações alternativas de inteligência sobre a relação entre o Iraque e a Al Qaeda, que incluíram algumas conclusões que eram inconsistentes com o consenso da comunidade de inteligência", de acordo com trecho divulgado pelo
senador democrata Carl Levin.
O documento qualifica as atividades do grupo de "inapropriadas", mas não as considerou ilegais ou que violassem as
diretrizes do departamento.
Com agências internacionais
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