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CONFLITO
EUA e UE aumentam pressão
Violência mata 6 e fere dezenas em Israel e Gaza
DA REDAÇÃO
Dois atentados em território israelense em um intervalo de cerca de duas horas ontem deixaram ao menos 14 mortos e 79 feridos, e Israel continuou sua ofensiva contra alvos palestinos, ferindo pelo menos 20 palestinos.
Um atentado suicida em um café movimentado em Jerusalém deixou pelo menos dez mortos e 54 feridos, disseram médicos presentes no local.
"Um suicida se explodiu na entrada do café. Houve mortes além de muitos feridos", afirmou Emmanuel Nachshon, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel.
O atentado ocorreu no badalado café Moment, que costuma ficar lotado nas noites de sábado, a cerca de 100 m da residência do premiê israelense, Ariel Sharon, em Jerusalém.
As Brigadas dos Mártires de Al Aqsa assumiram a responsabilidade pelo ataque e . A informação não teve confirmação independente.
Pelo menos três palestinos abriram fogo ontem em um calçadão
movimentado em Netanya (oeste
de Israel), deixando dezenas de
feridos e ao menos uma pessoa
morta, disseram fontes dos serviços de segurança israelenses.
Emissoras de rádio e TV israelenses afirmaram que ao menos
25 pessoas haviam sido atingidas
pelos disparos e que um dos atiradores estava disfarçado de policial
israelense. Um médico local disse
que um bebê estava entre cinco
vítimas em estado grave. Uma
mulher morreu cerca de uma hora depois do ataque em decorrência dos ferimentos.
A TV Canal 2 afirmou que forças de segurança israelenses haviam matado três atiradores, mas
que um quarto ainda poderia estar solto na cidade (norte de Tel
Aviv) próxima da Cisjordânia.
O atentado ocorreu logo depois
do anoitecer do sábado, quando
termina o shabat (dia de descanso
dos judeus), em um calçadão na
área que concentra muitos hotéis
e que costuma ficar movimentada
após o shabat. "Houve um ataque
terrorista em uma área que costuma ser muito movimentada nas
noites de sábado. As estradas estão bloqueadas", disse a prefeita
de Netanya, Miriam Feirberg.
As Brigadas dos Mártires de Al
Aqsa, grupo extremista ligado ao
Fatah, grupo político do líder palestino Iasser Arafat, assumiram a
responsabilidade pelo ataque em
um telefonema à agência de notícias Associated Press.
Israel seguiu a ofensiva ontem,
após a região ter registrado, na
véspera, o dia mais violento desde
o início da atual Intifada (levante
palestino contra a ocupação israelense), em setembro de 2000. Ao
menos 1.012 palestinos e 320 israelenses morreram em episódios
de violência desde então.
Só anteontem cerca de 40 palestinos morreram em confronto
com Israel. Ontem, mais dois palestinos morreram em choque
com tropas de Israel na fronteira
da faixa de Gaza com o país.
Em Gaza, aviões de Israel dispararam mísseis nas instalações do
quartel-general de Arafat na cidade, ferindo ao menos 20 pessoas.
Israel disse ontem que prendeu
cerca de 600 palestinos -60 deles
membros das forças de segurança- em sua ofensiva contra campo de refugiados palestinos na cidade de Tulkarem (Cisjordânia
ocupada).
Os detidos foram enviados para
Israel para serem interrogados,
disseram fontes israelenses. A situação legal dos detidos não foi
revelada. O Exército ocupa o
campo desde quinta-feira.
Pressão
Os EUA e a União Européia
(UE) aumentaram ontem a pressão sobre o premiê de Israel, Ariel
Sharon, para que ele suspenda a
ofensiva militar contra militantes
palestinos que matou dezenas de
pessoas na última semana.
A Holanda disse que Washington aceitou convite da UE para
uma ação conjunta para obter um
cessar-fogo imediato. A iniciativa
ocorre um dia depois de Sharon
ter abandonado exigência de sete
dias de calma total para iniciar
diálogo por um cessar-fogo com
os palestinos.
Em outro gesto que pode acalmar a situação, fontes palestinas
anunciaram a prisão de um quarto suspeito na morte do ministro
israelense do Turismo, Rehavam
Zeevi, no ano passado. Israel exige a prisão dos suspeitos como
condição para encerrar o confinamento de Arafat em Ramallah
(Cisjordânia), iniciado em dezembro.
A iniciativa conjunta EUA-UE,
que pede o fim dos atentados terroristas palestinos e da ofensiva
israelense, pode ser apresentada a
Sharon já hoje. Os EUA estão
mandando de volta à região nesta
semana seu enviado para o Oriente Médio, Anthony Zinni.
Com agências internacionais
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