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MULTIMÍDIA
"Economist" repreende Bush
Revista diz que ele violou na Índia as regras do convívio nuclear
DA REDAÇÃO
A revista britânica "The Economist" traz em sua última edição uma crítica sarcástica e demolidora sobre o acordo nuclear assinado na semana passada, na Índia, pelo presidente
americano, George W. Bush.
A edição tem por título "Dr.
Strangedeal" (Doutor Estranho
Negócio), alusão a um filme de
Stanley Kubrick, "Dr. Strangelove" (Doutor Estranho Amor),
ou "Doutor Fantástico", na versão exibida pelos cinemas brasileiros. Nele, um general psicótico americano desencadeia o holocausto nuclear ao mandar atacar a URSS por acreditar que os
comunistas pretendiam contaminar os "preciosos fluídos corporais" dos americanos.
A cena final do filme de Kubrick, de 1964, mostra um militar com chapéu de caubói euforicamente montado numa ogiva
nuclear. Na capa da "Economist", o militar metido a caubói
é o próprio presidente dos Estados Unidos.
Em seu principal editorial, a
revista, em geral simpática aos
governos conservadores, exorta
o Congresso americano a vetar
o acordo com a Índia.
Seu argumento é o de que
Bush tentou mudar as regras da
não-proliferação para satisfazer
os interesses imediatos de sua
política externa. Prometeu
combustível e tecnologia a um
país que já explodiu uma bomba atômica e se empenha agora,
abertamente, na produção de
muitos outros artefatos.
Com isso, deu um mau exemplo ao Irã e à Coréia do Norte.
Também abriu a possibilidade
de a China, hoje desafiada pelo
crescimento da economia e dos
interesses estratégicos indianos
na região, fechar um acordo semelhante com o Paquistão, inimigo mortal da Índia.
Os norte-coreanos e os iranianos assinaram o Tratado de
Não-Proliferação Nuclear, mas
desonraram suas assinaturas. A
Índia nem sequer o assinou, diz
a revista. Se agora se compromete a abrir à inspeção suas instalações civis, manterá fechadas
as militares, empenhadas na
produção do plutônio, matéria-prima da bomba.
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