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Momento é o "pior", admite Londres
DA REDAÇÃO
As forças americanas anunciaram a retomada de uma das três
cidades dominadas pela milícia
Exército Mehdi, liderada pelo clérigo radical xiita Moqtada al Sadr,
no mesmo dia em que o governo
britânico admitiu que o momento
é o "pior" já enfrentado pela coalizão militar que ocupa o Iraque.
Em declaração lida por um de
seus apoiadores em mesquita em
Kufa, Al Sadr disse que os EUA
enfrentam uma "revolução". "Dirijo-me a meu inimigo Bush. Você combate agora contra toda
uma nação, do sul ao norte, de leste a oeste. Aconselhamos que retire [as tropas] do Iraque", disse.
"Foi uma semana dura, sejamos
claros. Mas eles [os rebeldes] serão derrotados", disse o secretário
de Estado dos EUA, Colin Powell.
Soldados americanos entraram
em Kut na madrugada de ontem,
expulsando membros da milícia
liderada por Al Sadr. Um helicóptero americano atacou o escritório do clérigo radical, matando
duas pessoas, segundo testemunhas. Durante o dia, soldados dos
EUA patrulhavam as ruas da cidade de cerca de 250 mil habitantes a
170 km a sudeste de Bagdá.
As forças de Al Sadr mantêm o
controle de Kufa e do centro da cidade sagrada da Najaf. Uma operação neste fim de semana é arriscada, já que a região recebe milhares de peregrinos para uma comemoração sagrada xiita.
"Situação é a mais séria"
"Não há dúvidas de que a situação atual é a mais séria que nós já
enfrentamos", disse o chanceler
britânico, Jack Straw, à rádio BBC.
O Reino Unido é o principal aliado do presidente George W. Bush
na Guerra do Iraque.
Os intensos combates dos últimos dias nas cidades sunitas de
Fallujah e Ramadi chegaram aos
arredores do oeste de Bagdá, onde
insurgentes mataram nove em
ataque a um comboio dos EUA.
Vários veículos foram incendiados e tombados. O corpo de um
estrangeiro estirado na estrada foi
golpeado por um insurgente. Na
estrada de Fallujah a Bagdá, adolescentes armados com granadas-foguetes e rifles escondiam-se em
pontes e terrenos baldios.
A violência dos últimos dias, incorporando os até então condescendentes xiitas do sul e escalando a violência sunita na região
central, expôs a frágil estabilidade
conquistada pelos EUA exatamente um ano após a derrubada
do ex-ditador Saddam Hussein.
Na última semana, ao menos 51
soldados da coalizão morreram.
Do lado iraquiano, as mortes dos
últimos dias chegam a pelo menos 460, a maioria em Fallujah.
Desde o início da Guerra do Iraque, em março do ano passado,
ao menos 643 militares norte-americanos morreram.
Com agências internacionais
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