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PERFIL
Kadyrov virou alvo ao se tornar aliado do Kremlin
DA REDAÇÃO
O presidente Akhmad
Kadyrov tornou-se um dos
principais inimigos das
guerrilhas anti-Rússia quando abandonou o movimento
separatista para procurar a
paz com o Kremlin. Ele já
havia sobrevivido a várias
tentativas de assassinato.
Nascido em 1951 na república do Cazaquistão -onde o ditador soviético Josef
Stálin exilou toda a população tchetchena em razão de
acusações nunca comprovadas de colaboração com os
nazistas-, Kadyrov fez seus
estudos em instituições islâmicas.
Em 1989, quando a Tchetchênia ainda estava sob o
domínio da União Soviética,
Kadyrov fundou o primeiro
instituto islâmico no norte
do Cáucaso e desempenhou
um importante papel no fortalecimento da religião na
região.
De 1994 a 1995, ele lutou ao
lado das forças rebeldes contra as tropas russas até que o
líder Dzhokhar Dudayev o
nomeou supremo mufti (líder religioso).
Em 1996, Kadyrov foi um
dos participantes das negociações de paz com Moscou,
que resultaram na retirada
russa da Tchetchênia.
Quando os rebeldes invadiram a região russa do Daguestão em 1999 -provocando nova intervenção militar da Rússia, que continua
até hoje-, Kadyrov anunciou seu rompimento, reclamando da crescente influência do wahabismo (ramo do
islamismo que segue uma
interpretação literal e rígida
do Alcorão) na república.
"A Rússia nos deu tudo o
que é a Tchetchênia, [dizendo] façam o que bem entenderem. Mas nós não soubemos fazer uso adequado",
disse em uma entrevista à
agência Reuters para explicar a sua mudança de lado.
Em 2000, a Rússia retribuiu o apoio, indicando-o
para o principal cargo da administração civil da república. Em 2003, Kadyrov tornou-se presidente com 80%
dos votos de uma eleição
que teve muitos reparos
quanto à sua lisura. Os EUA
afirmaram que o pleito, por
não ser suficientemente livre
e justo, foi "uma oportunidade desperdiçada".
Mais violência
Além da promessa de vingança feita ontem pelo presidente Vladimir Putin, o
atentado deixa muitos tchetchenos apreensivos quanto à
possibilidade da eclosão de
uma nova onda de violência
e terror.
As forças de segurança de
Kadyrov, chefiadas pelo seu
filho mais jovem, Ramzan, já
receberam diversas acusações de estar por trás do desaparecimento de civis e
execuções extrajudiciais.
Akhmad e Ramzan sempre
negaram as acusações.
Com agências internacionais
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