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IRAQUE SOB TUTELA
Segundo comando americano, operação visou seguidores da Al Qaeda; civil japonês é seqüestrado
EUA dizem ter matado cem em ataque
DA REDAÇÃO
O comando militar dos EUA
anunciou ontem que seus soldados mataram cerca de cem insurgentes em uma operação contra
seguidores do terrorista jordaniano Abu Musab al Zarqawi, líder
da Al Qaeda no Iraque, em Al
Qaim, perto da Síria.
Em um comunicado divulgado
na internet, cuja autenticidade
não pode ser comprovada, a Al
Qaeda negou as baixas. "Os adoradores da cruz fingem ter matado muçulmanos em Al Qaim. Estão mentindo novamente."
A operação, que começou na
noite de sábado e durou 48 horas,
se segue à morte de dez soldados e
dois civis americanos no fim de
semana. A violência cresce de forma exponencial desde a nomeação do novo gabinete iraquiano,
no último dia 28: nesse período,
mais de 300 iraquianos foram
mortos, civis em sua maioria.
Segundo o jornal "The Washington Post", a escalada é vista
pelos militares dos EUA como um
sinal de que grupos radicais do
exterior estão participando mais
ativamente do conflito no Iraque.
Com isso, o comando americano
está mudando seu foco para os
combatentes estrangeiros.
Antes, na visão do Pentágono,
os ataques tinham origem muito
mais em "elementos do regime
deposto" -membros do extinto
partido Baath e das tropas do ex-ditador Saddam Hussein. Mas o
grupo, diz o "Post", citando militares americanos, teria recuado
após as eleições de janeiro último,
a fim de repensar estratégias e
buscar alternativas políticas.
Em uma entrevista à agência de
notícias Reuters, o presidente do
Iraque, Jalal Talabani, afirmou
não temer uma guerra civil no
país. Para ele, Al Zarqawi foi "enfraquecido e isolado", perto de ser
capturado. Talabani acusou ainda
"países estrangeiros", sem citar
nomes, de financiar a insurgência.
A entrevista foi a última do presidente antes de ele embarcar para o Brasil, onde participaria da
Cúpula Árabe-Sul Americana.
Japonês seqüestrado
A operação cujo resultado foi
anunciado ontem envolveu
aviões e helicópteros do Exército e
dos Fuzileiros Navais. O alvo foi
uma área desértica na região oeste
do Iraque, ao norte do rio Eufrates, conhecida rota de terroristas
vindos do exterior. Na mesma região, dois marines foram mortos
anteontem e um terceiro ontem.
Ainda no oeste do país, um civil
japonês foi seqüestrado após sua
comitiva -um grupo de cinco
prestadores de serviços estrangeiros escoltado por 12 soldados iraquianos- ter sido emboscada.
O grupo terrorista Ansar al Sunna disse ter capturado Akihito
Saito, 44, e divulgou uma cópia de
seu passaporte na internet. Segundo o comunicado, os demais
membros da comitiva foram
mortos, e Saito foi "gravemente
ferido". O governo japonês confirmou o seqüestro. Um dos documentos de Saito o identifica como gerente de segurança de uma
empresa sediada em Londres, a
Hart GMSSCO. O diretor da firma, Simon Falkner, confirmou
que uma de suas equipes sofreu
uma emboscada no domingo.
Segundo o governo japonês,
que montou um grupo no Ministério do Exterior para lidar com o
seqüestro, isso não afetará as atividades das tropas japonesas em
missão humanitária no Iraque.
Seis corpos foram encontrados
ontem na região, próxima ao povoado de Markab al Tair, mas não
se sabe se o incidente guarda relação com o seqüestro. Um coronel
iraquiano identificou um dos corpos como pertencente a um policial de fronteira, e os demais como parentes do guarda.
Um carro-bomba explodiu em
uma barreira policial em um cruzamento em Bagdá, matando três
pessoas -incluindo um civil- e
ferindo oito.
No sul da capital, uma explosão
atingiu uma patrulha policial e
deixou dois mortos. Um terceiro
ataque perto do Ministério dos
Transportes feriu quatro pessoas.
Com agências internacionais
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