São Paulo, terça-feira, 10 de maio de 2011

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Preço de casa nos EUA bate fundo do poço

Valores de imóveis residenciais caem 3% de janeiro a março, a maior redução desde o início da crise em 2008

Hipotecas de quase um terço dos proprietários americanos são maiores que o valor das casas com a queda nos preços


ÁLVARO FAGUNDES
DE NOVA YORK

Os preços das casas nos Estados Unidos tiveram no primeiro trimestre a maior queda desde 2008, colocando ainda mais dúvidas sobre a retomada da principal economia mundial.
O valor das residências caiu 3% de janeiro a março em relação aos três meses imediatamente anteriores.
Na comparação com o mesmo período do ano passado, a desvalorização foi de 8,2%, segundo a Zillow (empresa privada que faz levantamento mensal sobre o mercado imobiliário).
Na média, as casas nos EUA valem hoje menos que no fim de 2003 e estão mais de 40% abaixo do nível de meados de 2006, quando a bolha chegou ao ápice.
Com a queda nos preços, 28% dos proprietários americanos têm casas que valem menos do que o montante da dívida da sua hipoteca.
Os números divulgados ontem aumentaram os temores de que a crise no setor ainda não tenha chegado ao fim. No ano passado, os preços começaram a dar sinais de que tinham se estabilizado, e muitos especialistas acreditavam que eles voltariam a subir neste ano.
Porém, agora, vários já dizem que os valores das residências devem cair mais 10% neste ano.
O setor imobiliário, é sempre importante lembrar, é a origem da atual crise. E a recuperação também passa por esse segmento, de acordo com economistas.
A explicação é que a queda no valor das casas tira poder de compra do consumidor americano. Elas são costumeiramente utilizadas como garantias em suas aquisições. Casas que valem menos significam, portanto, compras mais modestas.

CONSTRUÇÃO
O consumidor ter dinheiro na mão (a valorização da Bolsa é um importante componente nesse processo também) é fundamental, já que eles são o principal motor da economia e representam 70% do PIB americano.
Além disso, o setor de construção perdeu milhões de vagas nos últimos anos e, como a mão de obra no segmento não é muito qualificada, os trabalhadores têm mais dificuldades para encontrar trabalho em outros segmentos da economia.
Por isso, é importante uma retomada nos preços, para que o mercado se reaqueça e absorva esse pessoal.
A taxa de desemprego nos Estados Unidos ficou em 9% no mês passado, 0,2 ponto percentual acima do registrado em março, ainda que a economia tenha criado 244 mil vagas.
No fim de 2007, antes do início da recessão (que durou até 2009), o desemprego nos EUA estava em 4,7%.
A previsão do Fed (o banco central dos EUA) é que a taxa de desemprego fique entre 8,4% e 8,7% neste ano e pouco abaixo de 8% em 2012.


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