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São Paulo, terça-feira, 10 de junho de 2003

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ORIENTE MÉDIO

Ação é exigência de processo de paz relançado na semana passada; para palestinos, só trailers vazios foram retirados

Israel começa a remover colônias ilegais

DA REDAÇÃO

Tropas de Israel começaram ontem a remover pontos de colonização judaica ilegais na Cisjordânia. Foram destruídos trailers vazios e uma torre de água como parte das obrigações do país para a implementação do novo plano de paz para a região.
Os postos destruídos devem ser os primeiros de uma série que Israel promete remover nos próximos dias. Segundo os meios de comunicação israelenses, o Exército fez uma lista de 14 pontos de colonização ilegal, na maioria desabitados, que devem ser desativados nos próximos dias.
O novo plano de paz, lançado na semana passada em uma cúpula na Jordânia pelos premiês israelense, Ariel Sharon, e palestino, Abu Mazen, prevê a remoção de todas as colônias estabelecidas durante o atual governo (desde março de 2001). O plano prevê o estabelecimento de um Estado palestino até 2005.
Para a comunidade internacional, todas as 145 colônias judaicas estabelecidas na Cisjordânia e na faixa de Gaza, territórios ocupados por Israel desde a guerra árabe-israelense de 1967, são ilegais e devem ser removidas. Cerca de 220 mil pessoas vivem nessas colônias. Para Israel, as colônias ilegais, estabelecidas sem a permissão oficial, são cerca de 60.
"Essas são colônias provocadoras, um desafio à lei israelense, o que é inaceitável mesmo sem o diálogo de paz", afirmou o ministro da Justiça, Yosef Lapid. Segundo ele, Israel usará "uma força mínima" para remover qualquer colono que resista à desativação.
O líder dos colonos Benzi Lieberman disse que não haverá resistência armada, mas prometeu levar dezenas de milhares de manifestantes às ruas para protestar.
O ministro palestino da Informação, Iasser Abed Rabbo, criticou as ações de ontem, chamando-as de "só um gesto simbólico". "Sharon tenta, com a remoção de alguns trailers vazios, legitimar as dezenas de colônias estabelecidas durante seu governo", disse.
O grupo terrorista palestino Hamas também criticou Israel. "Sabemos bem que os sionistas tentam enganar o mundo, situando um trailer aqui e outro ali, para depois removê-los dizendo que desmantelaram algumas colônias", afirmou o dirigente do Hamas Abdelaziz al Rantissi.

Determinação
Sharon disse ontem que está determinado a levar adiante o plano de paz, apesar da crescente oposição de parte de seus aliados, incluindo membros de seu partido, o Likud, que o vaiaram numa convenção, anteontem.
Segundo pesquisa da Universidade de Tel Aviv, divulgada ontem, 59% dos israelenses aprovam a remoção das colônias judaicas ilegais -um aumento de nove pontos percentuais em relação ao ano passado. O estabelecimento de um Estado palestino tem o apoio de 59%, contra 49% no ano passado.


Com agências internacionais


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