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ORIENTE MÉDIO
Ação é exigência de processo de paz relançado na semana passada; para palestinos, só trailers vazios foram retirados
Israel começa a remover colônias ilegais
DA REDAÇÃO
Tropas de Israel começaram
ontem a remover pontos de colonização judaica ilegais na Cisjordânia. Foram destruídos trailers
vazios e uma torre de água como
parte das obrigações do país para
a implementação do novo plano
de paz para a região.
Os postos destruídos devem ser
os primeiros de uma série que Israel promete remover nos próximos dias. Segundo os meios de
comunicação israelenses, o Exército fez uma lista de 14 pontos de
colonização ilegal, na maioria desabitados, que devem ser desativados nos próximos dias.
O novo plano de paz, lançado na
semana passada em uma cúpula
na Jordânia pelos premiês israelense, Ariel Sharon, e palestino,
Abu Mazen, prevê a remoção de
todas as colônias estabelecidas
durante o atual governo (desde
março de 2001). O plano prevê o
estabelecimento de um Estado
palestino até 2005.
Para a comunidade internacional, todas as 145 colônias judaicas
estabelecidas na Cisjordânia e na
faixa de Gaza, territórios ocupados por Israel desde a guerra árabe-israelense de 1967, são ilegais e
devem ser removidas. Cerca de
220 mil pessoas vivem nessas colônias. Para Israel, as colônias ilegais, estabelecidas sem a permissão oficial, são cerca de 60.
"Essas são colônias provocadoras, um desafio à lei israelense, o
que é inaceitável mesmo sem o
diálogo de paz", afirmou o ministro da Justiça, Yosef Lapid. Segundo ele, Israel usará "uma força mínima" para remover qualquer colono que resista à desativação.
O líder dos colonos Benzi Lieberman disse que não haverá resistência armada, mas prometeu
levar dezenas de milhares de manifestantes às ruas para protestar.
O ministro palestino da Informação, Iasser Abed Rabbo, criticou as ações de ontem, chamando-as de "só um gesto simbólico".
"Sharon tenta, com a remoção de
alguns trailers vazios, legitimar as
dezenas de colônias estabelecidas
durante seu governo", disse.
O grupo terrorista palestino Hamas também criticou Israel. "Sabemos bem que os sionistas tentam enganar o mundo, situando
um trailer aqui e outro ali, para
depois removê-los dizendo que
desmantelaram algumas colônias", afirmou o dirigente do Hamas Abdelaziz al Rantissi.
Determinação
Sharon disse ontem que está determinado a levar adiante o plano
de paz, apesar da crescente oposição de parte de seus aliados, incluindo membros de seu partido,
o Likud, que o vaiaram numa
convenção, anteontem.
Segundo pesquisa da Universidade de Tel Aviv, divulgada ontem, 59% dos israelenses aprovam a remoção das colônias judaicas ilegais -um aumento de
nove pontos percentuais em relação ao ano passado. O estabelecimento de um Estado palestino
tem o apoio de 59%, contra 49%
no ano passado.
Com agências internacionais
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