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São Paulo, terça-feira, 10 de junho de 2003

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Mazen descarta o uso da força contra terroristas

DA REDAÇÃO

O premiê palestino, Abu Mazen, criticou ontem os novos ataques terroristas promovidos por grupos palestinos, mas prometeu manter o diálogo como forma de persuadir esses grupos a interromper os ataques, que ameaçam o plano de paz para a região relançado na semana passada.
"Para nós, não há outra alternativa além do diálogo", disse Mazen, que foi criticado pelos grupos terroristas por ter feito concessões demais a Israel na reunião de cúpula com o premiê israelense, Ariel Sharon, e o presidente dos EUA, George W. Bush, na semana passada, em Ácaba, na Jordânia.
"Precisamos fazer todos os esforços possíveis para interromper esse banho de sangue e perseguir um acordo de paz", disse Mazen.
Anteontem, cinco israelenses foram mortos em dois ataques de grupos terroristas palestinos na faixa de Gaza e na Cisjordânia, nas primeiras ações contra alvos israelenses desde a reunião em Ácaba. Os grupos terroristas Hamas, Jihad Islâmico e Brigadas dos Mártires de Al Aqsa reivindicaram conjuntamente os ataques.
O Exército israelense demoliu ontem em Beit Hanoun, no norte da faixa de Gaza, a casa de um dos seis atiradores responsáveis pelos ataques de anteontem. Fontes das forças de segurança palestinas disseram que outras 12 casas foram destruídas no local, mas o Exército israelense negou.
Ontem, soldados israelenses mataram dois atiradores palestinos que tentavam se infiltrar na colônia de Netzarim (Gaza).

Confiança
Bush chamou ontem os grupos terroristas palestinos de "extremistas que querem implodir a paz". Mas ele disse manter a confiança no progresso do novo plano de paz, que tem ainda o apoio de Rússia União Européia e ONU, para acabar com o conflito israelo-palestino.
"Estou otimista de que os líderes responsáveis compreendam agora a mensagem de que temos que nos juntar para combater os ataques terroristas para que um Estado palestino pacífico possa emergir", disse.

Pobreza
Cerca de 70% dos palestinos vivem na pobreza, segundo um levantamento divulgado ontem pelo Escritório Central de Estatísticas Palestino.
Cerca de 2,5 milhões de palestinos, a maioria deles na faixa de Gaza, vivem na pobreza -com renda mensal inferior a US$ 400 para uma família de seis pessoas, em média.
A pesquisa, realizada em abril, mostrou ainda que cerca de metade das famílias palestinas perdeu 50% ou mais de sua renda usual desde o início da Intifada (levante contra a ocupação israelense), em setembro de 2000. Mais de 100 mil palestinos perderam seus empregos dentro de Israel após o início da Intifada, por conta das restrições à circulação impostas pelo Exército israelense em reação aos ataques terroristas.


Com agências internacionais


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