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Premiê libanês defende Hizbollah
GUSTAVO CHACRA
DA REDAÇÃO
O premiê libanês, Rafik Hariri,
disse ontem em São Paulo que o
Líbano não pretende combater o
grupo extremista Hizbollah.
A afirmação foi feita ao ser
questionado pela Folha, em entrevista coletiva, se o secretário de
Estado dos EUA, Colin Powell,
exerceu pressão sobre o governo
libanês para conter o Hizbollah
em visita a Beirute em maio.
"Discordamos dos EUA em
dois pontos: sobre o Hizbollah e
sobre a presença de forças sírias
no Líbano", disse Hariri.
Segundo o premiê, não é possível resolver a questão tão facilmente. "Sugerimos sentar e discutir, mas os EUA não aceitam."
Os americanos consideram o Hizbollah um grupo terrorista.
Para a maioria dos árabes, o grupo é visto como uma resistência
contra a ocupação israelense. No
Líbano, é um partido político,
com ações sociais e uma TV.
O premiê, que defende a saída
das forças britânicas e americanas
do Iraque, afirmou que a presença
de tropas sírias no Líbano é uma
situação diferente. "Os sírios vieram porque nós convidamos. Estão no Líbano para manter a segurança e a estabilidade", disse.
Os sírios estão no Líbano desde
o início dos anos 1990, pouco após
o fim da guerra civil. Muitos analistas afirmam que se a Síria deixasse o o Líbano, poderia eclodir uma nova guerra civil. Damasco
controla o Líbano política e militarmente. A oposição à presença
síria tem crescido no país, principalmente entre os cristãos.
Sobre os milhares de refugiados
palestinos que vivem no Líbano,
Hariri disse: "Não podemos integrá-los à sociedade libanesa.
Acreditamos que eles deveriam
voltar para a sua terra [o que é hoje Israel e territórios palestinos]."
Hariri está no Brasil para um
encontro de empresários libaneses e para tentar atrair investimentos brasileiros para o Líbano.
O premiê propõe um acordo comercial bilateral. Ainda neste ano,
o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, deve visitar o Líbano em giro pelo Oriente Médio.
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