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São Paulo, terça-feira, 10 de junho de 2003

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Premiê libanês defende Hizbollah

GUSTAVO CHACRA
DA REDAÇÃO

O premiê libanês, Rafik Hariri, disse ontem em São Paulo que o Líbano não pretende combater o grupo extremista Hizbollah.
A afirmação foi feita ao ser questionado pela Folha, em entrevista coletiva, se o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, exerceu pressão sobre o governo libanês para conter o Hizbollah em visita a Beirute em maio.
"Discordamos dos EUA em dois pontos: sobre o Hizbollah e sobre a presença de forças sírias no Líbano", disse Hariri.
Segundo o premiê, não é possível resolver a questão tão facilmente. "Sugerimos sentar e discutir, mas os EUA não aceitam."
Os americanos consideram o Hizbollah um grupo terrorista. Para a maioria dos árabes, o grupo é visto como uma resistência contra a ocupação israelense. No Líbano, é um partido político, com ações sociais e uma TV.
O premiê, que defende a saída das forças britânicas e americanas do Iraque, afirmou que a presença de tropas sírias no Líbano é uma situação diferente. "Os sírios vieram porque nós convidamos. Estão no Líbano para manter a segurança e a estabilidade", disse.
Os sírios estão no Líbano desde o início dos anos 1990, pouco após o fim da guerra civil. Muitos analistas afirmam que se a Síria deixasse o o Líbano, poderia eclodir uma nova guerra civil. Damasco controla o Líbano política e militarmente. A oposição à presença síria tem crescido no país, principalmente entre os cristãos.
Sobre os milhares de refugiados palestinos que vivem no Líbano, Hariri disse: "Não podemos integrá-los à sociedade libanesa. Acreditamos que eles deveriam voltar para a sua terra [o que é hoje Israel e territórios palestinos]."
Hariri está no Brasil para um encontro de empresários libaneses e para tentar atrair investimentos brasileiros para o Líbano. O premiê propõe um acordo comercial bilateral. Ainda neste ano, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, deve visitar o Líbano em giro pelo Oriente Médio.


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