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São Paulo, terça-feira, 10 de junho de 2003

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EUA

Lançamento da esperada autobiografia da mulher de Bill Clinton leva centenas de pessoas a uma livraria de Nova York

Fãs passam a noite por autógrafo de Hillary

Gregory Bull/Associated Press
Leitores de Hillary aguardam em fila para falar com a senadora


DAVID USBORNE
DO "INDEPENDENT", EM NOVA YORK

Ela não é Madonna nem Britney Spears, mas tem uma turnê programada que vai durar o verão inteiro e a levará a todos os cantos dos EUA. Além disso, sua primeira aparição em Nova York indicou que seus fãs são muitos e têm sede de vê-la. Eles passaram a noite acampados na calçada para conseguirem vê-la em pessoa.
Essa estrela americana é a ex-primeira-dama do país e atual senadora por Nova York, Hillary Clinton. Seu trabalho de sucessão são as 562 páginas de "Living History" (história viva, mas também um trocadilho com "vivendo a história"), seu longamente aguardado livro de memórias sobre as intrigas políticas e traições conjugais na Casa Branca, que chegou às livrarias ontem.
Orquestrada pela editora Simon & Schuster, a campanha publicitária de Hillary começou bem. Quando o número de fãs aglomerados diante da livraria Barnes & Noble na Quinta Avenida ficou grande demais, a única maneira de controlar a multidão foi entregar faixas para os 250 primeiros da fila amarrarem nos pulsos. Eram as pessoas de sorte que teriam direito a alguns minutos com a autora e a seu autógrafo.
"Sou grande fã de Hillary e Bill", disse Greg Packer, o primeiro da fila, que chegou à livraria às 21h do domingo. Packer, 39, planejava comprar dois exemplares do livro -o máximo permitido por pessoa-, porque "Hillary tem muito a dizer". O advogado Richard Paice, 36, decidiu se juntar à fila dos autógrafos num impulso, às 8h50 de ontem. "Pensando bem", explicou, "este é um momento histórico."
Por motivos de segurança, a Simon & Schuster não revelou detalhes sobre a turnê promocional, que terá de ser encaixada nos momentos em que Hillary não tiver compromissos como senadora. Mas sabe-se que a mulher do ex-presidente Bill Clinton (1993-2001) irá, hoje, a um local um pouco mais "proletário": uma loja da Wal-Mart num subúrbio de Washington.
A expectativa em torno do livro é grande. Nada menos de 1 milhão de cópias foram impressas nessa primeira edição. O gerente da Barnes & Noble disse estar certo de que "Living History" será o livro de não-ficção mais vendido do ano. Hillary Clinton recebeu adiantamento de US$ 8 milhões.
A atenção maior da mídia, até agora, centrou-se nos trechos em que a senadora recorda seus problemas conjugais e, especialmente, a dor que sofreu ao descobrir que seu marido tinha mentido ao mundo -e a ela- sobre seu relacionamento com a ex-estagiária Monica Lewinsky, antes de ele confessar tudo.
Falando ontem na rede NBC, Hillary disse que, em última análise, os problemas particulares do ex-primeiro-casal não deveriam afetar a opinião que o público tem de seu marido. "Sempre acreditei que figuras públicas devessem ser julgadas com base em suas ações públicas, e é nisso que o eleitor deve basear sua decisão", disse ela.


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