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AMEAÇA
Comunicado público é inédito
Coréia do Norte admite ter ambições nucleares
DA REDAÇÃO
Na primeira declaração pública
sobre suas ambições nucleares, a
Coréia do Norte ameaçou desenvolver um arsenal nuclear para
deter o que qualificou de "hostilidade dos EUA" e para reduzir sua
dependência de armas convencionais de forma a poder investir
mais recursos na economia e na
qualidade de vida da população.
Em encontros fechados com os
EUA, a Coréia do Norte já admitira possuir bombas nucleares, mas
foi a primeira vez que o Estado comunista anunciou publicamente
sua intenção. "Se os EUA continuarem a ameaçar a República
Democrática Popular da Coréia
com armas nucleares e não abandonarem sua política hostil em
relação a Pyongyang [capital],
não teremos outra opção a não
ser construir uma capacidade nuclear para detê-los", disse comunicado da agência oficial, KCNA.
"A intenção de desenvolver um
arsenal nuclear não tem como objetivo ameaçar outros, mas reduzir nossas forças convencionais a
longo prazo e concentrar recursos
humanos e econômicos na economia e na melhoria de vida da
população", disse a nota oficial.
Em Washington, o porta-voz da
Casa Branca, Ari Fleisher, comentou: "A maior ameaça à segurança
da população da Coréia do Norte
vem do próprio governo, que mata seus habitantes de fome".
As tensões entre os EUA e a Coréia do Norte vêm aumentando
desde o ano passado, quando
Washington acusou Pyongyang
de possuir um programa nuclear
clandestino e suspendeu o fornecimento de combustível ao país.
A Coréia do Norte reagiu reabrindo seu reator nuclear, sob o
argumento de que necessitava
produzir energia. Expulsou os
inspetores nucleares da ONU do
país e abandonou o Tratado de
Não-Proliferação Nuclear.
Em abril, o país admitiu possuir
armas nucleares, em reunião fechada com os EUA com a presença da China. Exigiu que os EUA
assinassem um tratado de não-agressão mútua com Pyongyang
para abrir mão delas.
Segundo alguns analistas, a Coréia do Norte está elevando o tom
de suas ameaças para forçar Washinton a aceitar negociações bilaterais. O governo Bush disse que
só aceita negociar com a participação de outros países da região.
Ontem, o vice-secretário de Estado dos EUA, Richard Armitage,
disse que, dentro de um ou dois
meses, deverá ocorrer uma reunião entre os dois países com as
presenças da Coréia do Sul, da
China e do Japão.
Com agências internacionais
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