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Timor precisa da ONU por mais dez anos, diz chanceler
Ramos Horta defende um governo de união nacional
DA REDAÇÃO
O Ministro da Defesa e do
Exterior de Timor Leste, José
Ramos Horta, defende que a
ONU supervisione as próximas
eleições e siga envolvida na estabilização do país por pelo menos uma década. Em artigo na
edição asiática do jornal "The
Wall Street Journal", Ramos
Horta diz que restaurar a ordem e construir uma democracia "leva tempo e dinheiro".
O país está submerso numa
crise desde o fim de abril, quando um grupo de militares se rebelou e levou para as ruas um
confronto mais tarde adensado
por gangues de criminosos.
Desde então, pelo menos 30
pessoas morreram, 40 estão
desaparecidas, e mais de 100
mil fugiram de suas casas.
O chanceler admite a crise no
governo e a necessidade de mudanças. "Creio que Timor Leste
possa se recuperar dessa recente turbulência. É preciso uma
mudança política, talvez na forma de um governo de união nacional. Igualmente, talvez mais
importante, os líderes afetados
pela crise deveriam refletir
com humildade sobre suas próprias falhas, e não simplesmente ficar procurando bodes expiatórios", escreveu.
Ainda assim, para Ramos
Horta, que foi porta-voz da resistência timorense contra a
ocupação indonésia e ganhou o
prêmio Nobel da Paz em 1996,
"Timor Leste ainda é uma história de sucesso". Ele disse que
a violência se restringiu à capital, Dili, que não houve mais
mortes e que as forças de paz
internacionais estavam conseguindo restaurar a segurança.
"A maior parte do país não foi
afetada. O trabalho investido
em construir as instituições
claramente criou raízes."
O representante especial da
ONU em Dili, Sukehiro Hasegawa, afirmou que está confiante de que as conquistas alcançadas desde a independência não se perderão. Mas admitiu que a reconstrução da polícia, do Exército e do governo locais "levará vários anos". "Será
necessária uma assistência de
peso da ONU", disse Hasegawa.
Fundos
A União Européia liberou ontem um fundo de US$ 23 milhões de ajuda financeira para
apoiar a democracia e o desenvolvimento econômico em Timor Leste. Os primeiros carregamentos de ajuda humanitária vindos da Indonésia, país
que controlou Timor até sua independência, chegaram em
dois aviões ontem.
Com agências internacionais
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