São Paulo, sábado, 10 de junho de 2006

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Timor precisa da ONU por mais dez anos, diz chanceler

Ramos Horta defende um governo de união nacional

DA REDAÇÃO

O Ministro da Defesa e do Exterior de Timor Leste, José Ramos Horta, defende que a ONU supervisione as próximas eleições e siga envolvida na estabilização do país por pelo menos uma década. Em artigo na edição asiática do jornal "The Wall Street Journal", Ramos Horta diz que restaurar a ordem e construir uma democracia "leva tempo e dinheiro".
O país está submerso numa crise desde o fim de abril, quando um grupo de militares se rebelou e levou para as ruas um confronto mais tarde adensado por gangues de criminosos. Desde então, pelo menos 30 pessoas morreram, 40 estão desaparecidas, e mais de 100 mil fugiram de suas casas.
O chanceler admite a crise no governo e a necessidade de mudanças. "Creio que Timor Leste possa se recuperar dessa recente turbulência. É preciso uma mudança política, talvez na forma de um governo de união nacional. Igualmente, talvez mais importante, os líderes afetados pela crise deveriam refletir com humildade sobre suas próprias falhas, e não simplesmente ficar procurando bodes expiatórios", escreveu.
Ainda assim, para Ramos Horta, que foi porta-voz da resistência timorense contra a ocupação indonésia e ganhou o prêmio Nobel da Paz em 1996, "Timor Leste ainda é uma história de sucesso". Ele disse que a violência se restringiu à capital, Dili, que não houve mais mortes e que as forças de paz internacionais estavam conseguindo restaurar a segurança.
"A maior parte do país não foi afetada. O trabalho investido em construir as instituições claramente criou raízes."
O representante especial da ONU em Dili, Sukehiro Hasegawa, afirmou que está confiante de que as conquistas alcançadas desde a independência não se perderão. Mas admitiu que a reconstrução da polícia, do Exército e do governo locais "levará vários anos". "Será necessária uma assistência de peso da ONU", disse Hasegawa.

Fundos
A União Européia liberou ontem um fundo de US$ 23 milhões de ajuda financeira para apoiar a democracia e o desenvolvimento econômico em Timor Leste. Os primeiros carregamentos de ajuda humanitária vindos da Indonésia, país que controlou Timor até sua independência, chegaram em dois aviões ontem.


Com agências internacionais

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