São Paulo, domingo, 10 de junho de 2007

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Brasileiros rememoram a epopéia do Batalhão de Suez

Contingente, parte de tropa de paz da ONU, viu-se preso em meio à Guerra dos Seis Dias

Ao longo de dez anos, após a Guerra de Suez (1956), mais de 6.000 brasileiros ficaram baseados na faixa de Gaza; grupo foi o 20º contingente

GUSTAVO CHACRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE NOVA YORK

Os israelenses abriram fogo contra o forte. Eles já haviam tomado quase toda a faixa de Gaza. Vendo que os seus disparos não eram respondidos, os soldados de Israel resolveram cessar o fogo e entrar no forte.
"Foram os piores minutos da minha vida com as balas zunindo em cima de nós em todas as direções." Assim um cabo brasileiro, e não um guerrilheiro palestino ou um soldado egípcio, descreveu em seu diário pessoal um episódio da Guerra dos Seis Dias, que completou 40 anos na última terça-feira.
Fernando Vargas, que tinha 19 anos na época, era membro do Batalhão de Suez. Esse grupamento do Exército brasileiro fez parte da Unef (forças de paz da ONU), que foi enviado para a região após a Guerra de Suez, em 1956. Ao longo de dez anos, mais de 6.000 militares brasileiros ficaram baseados na faixa de Gaza em 20 contingentes. Vargas integrava o 20º e último, composto por mais de 400 homens, em sua maioria por gaúchos.
Esses brasileiros são alguns dos raros observadores internacionais que presenciaram a guerra que mudaria para sempre a face do Oriente Médio.
Dias antes do início dos combates, o líder do Egito Gamal Abdel Nasser ordenara que a Unef se retirasse. As centenas de brasileiros, no entanto, permaneceram em Gaza porque o governo do Brasil não tinha logística para retirá-los.
Todos os países com tropas na área, menos a Índia, conseguiram remover seus militares a tempo, sem colocá-los em risco. Baseados em Rafah, os brasileiros foram literalmente pegos no meio do fogo cruzado de israelenses e egípcios.


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