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CRISE 1
Medida põe mais pressão sobre o presidente Alejandro Toledo
Gabinete peruano pede demissão
DA FRANCE PRESSE
O ministro do Trabalho do Peru, Fernando Villarán, anunciou
ontem que todo o gabinete apresentara sua renúncia ao presidente Alejandro Toledo.
"Já tomamos essa decisão e temos a anuência do primeiro-ministro [Roberto Dañino". Estávamos esperando a melhor oportunidade para fazê-lo, já que se trata
de uma decisão consensual de todos os ministros", disse Villarán.
"Haverá uma reforma ministerial. Normalmente, ela é feita em
28 de julho [feriado nacional".
Mas ela deverá ser antecipada",
acrescentou o ministro.
Todos os ministros puseram
seus cargos à disposição do chefe
de Estado em 2 de julho último, de
acordo com pessoas ligadas ao gabinete peruano que não quiseram
identificar-se.
Villarán também confirmou a
renúncia "irrevogável" do chanceler Diego García-Sayán, divulgada na manhã de ontem pela imprensa de Lima.
"Lamento a decisão do chanceler, que tem sido um magnifico
colega, mas sua saída já se insere
nas mudanças que ocorrerão no
gabinete", afirmou Villarán.
A renúncia do ministro das Relações Exteriores ocorreu porque
ele descobrira que o nome do embaixador do Peru nos EUA, Allan
Wagner, já estava sendo cogitado
para ficar com a Chancelaria após
a reforma ministerial, de acordo
com reportagem publicada ontem no diário "El Comércio".
Já o jornal "La República" afirmou que a renúncia do gabinete
foi orquestrada pelo premiê Dañino e que a decisão foi antecipada
devido à suspeita de que pudesse
haver "mudanças significativas"
dentro da administração.
García-Sayán foi ministro da
Justiça durante o governo de transição liderado por Valentín Paniagua (novembro de 2000 a julho
de 2001) e, em seguida, foi chamado por Toledo para ocupar a
Chancelaria.
Popularidade em queda
Há alguns meses, a popularidade de Toledo se encontra em queda. Segundo pesquisa do início de
junho, 71,4% dos peruanos desaprovavam seu governo.
Em junho passado, ele teve de
suspender a privatização das empresas de energia elétrica do sul
do país para abrandar os protestos violentos que ocorreram nas
cidades da região e que causaram
um prejuízo de mais de US$ 100
milhões. Alguns políticos da oposição chegaram até a pedir a renúncia do presidente, eleito em 2001 para mandato de cinco anos.
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