São Paulo, quarta-feira, 10 de julho de 2002

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CRISE 1

Medida põe mais pressão sobre o presidente Alejandro Toledo

Gabinete peruano pede demissão

DA FRANCE PRESSE

O ministro do Trabalho do Peru, Fernando Villarán, anunciou ontem que todo o gabinete apresentara sua renúncia ao presidente Alejandro Toledo.
"Já tomamos essa decisão e temos a anuência do primeiro-ministro [Roberto Dañino". Estávamos esperando a melhor oportunidade para fazê-lo, já que se trata de uma decisão consensual de todos os ministros", disse Villarán.
"Haverá uma reforma ministerial. Normalmente, ela é feita em 28 de julho [feriado nacional". Mas ela deverá ser antecipada", acrescentou o ministro.
Todos os ministros puseram seus cargos à disposição do chefe de Estado em 2 de julho último, de acordo com pessoas ligadas ao gabinete peruano que não quiseram identificar-se.
Villarán também confirmou a renúncia "irrevogável" do chanceler Diego García-Sayán, divulgada na manhã de ontem pela imprensa de Lima.
"Lamento a decisão do chanceler, que tem sido um magnifico colega, mas sua saída já se insere nas mudanças que ocorrerão no gabinete", afirmou Villarán.
A renúncia do ministro das Relações Exteriores ocorreu porque ele descobrira que o nome do embaixador do Peru nos EUA, Allan Wagner, já estava sendo cogitado para ficar com a Chancelaria após a reforma ministerial, de acordo com reportagem publicada ontem no diário "El Comércio".
Já o jornal "La República" afirmou que a renúncia do gabinete foi orquestrada pelo premiê Dañino e que a decisão foi antecipada devido à suspeita de que pudesse haver "mudanças significativas" dentro da administração.
García-Sayán foi ministro da Justiça durante o governo de transição liderado por Valentín Paniagua (novembro de 2000 a julho de 2001) e, em seguida, foi chamado por Toledo para ocupar a Chancelaria.

Popularidade em queda
Há alguns meses, a popularidade de Toledo se encontra em queda. Segundo pesquisa do início de junho, 71,4% dos peruanos desaprovavam seu governo.
Em junho passado, ele teve de suspender a privatização das empresas de energia elétrica do sul do país para abrandar os protestos violentos que ocorreram nas cidades da região e que causaram um prejuízo de mais de US$ 100 milhões. Alguns políticos da oposição chegaram até a pedir a renúncia do presidente, eleito em 2001 para mandato de cinco anos.



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