São Paulo, quarta-feira, 10 de julho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ORIENTE MÉDIO

Dinheiro, cerca de US$ 420 mi, está retido desde o início da Intifada

Israel descongela fundos palestinos

DA REDAÇÃO

Israel concordou em descongelar fundos pertencentes à ANP (Autoridade Nacional Palestina) que estão retidos em cofres israelenses desde a eclosão da Intifada (levante palestino contra a ocupação israelense), iniciada em setembro de 2000. A condição para que os fundos sejam liberados é que haja supervisão israelense no uso do dinheiro, sob a liderança do ministro das Relações Exteriores, Shimon Peres.
A decisão israelense foi tomada ontem em reunião comandada pelo premiê Ariel Sharon. Nos últimos dois dias, Peres se encontrou com autoridades palestinas para negociações econômicas.
Tanto as reuniões bilaterais como a decisão israelense de descongelar os fundos demonstram aproximação entre israelenses e palestinos. Sharon afirmou que embora a paz "pareça distante neste momento, está claro que uma janela está sendo aberta".
Saeb Erekat, principal negociador palestino, pediu, após se reunir com Peres, que as negociações de paz sejam retomadas.
O dinheiro palestino que Israel descongelará é estimado em cerca de US$ 420 milhões e deve ser destinado para amenizar a situação econômica dos palestinos. Os israelenses querem evitar que o dinheiro seja destinado para atividades terroristas.
Atualmente, sete grandes cidades palestinas da Cisjordânia estão ocupadas pelo Exército de Israel, com os habitantes vivendo sob toque de recolher. A ação israelense, que já dura 20 dias, é resposta a onda de atentados que matou 31 israelenses em junho.
Em Jerusalém Oriental, um palestino disparou contra um grupo de policiais israelenses. Os policiais revidaram, e uma bala perdida matou um outro palestino que passava pelo local. O atirador foi preso.
A polícia israelense entrou na Universidade Al Quds, em Jerusalém Oriental, e fechou o escritório de Sari Nusseibeh, maior autoridade da ANP em Jerusalém e tido como um dos líderes palestinos mais moderados.
Nusseibeh, que está na Grécia, ainda não se manifestou sobre o episódio. O ministro da Segurança Interna de Israel, Uzi Landau, justificou a ação afirmando que a universidade "é um longo braço da ANP e opera contra a lei".
As Forças Armadas de Israel substituíram o seu comandante ontem. Shaul Mofaz passou o cargo a Moshe Yaalon.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Los Angeles: Policial espanca jovem negro e é suspenso
Próximo Texto: Panorâmica - Reino Unido: Biggs casa com brasileira em prisão
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.