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LOS ANGELES
FBI e Procuradoria abrem investigação sobre incidente, que ocorreu no sábado e foi registrado em vídeo
Policial espanca jovem negro e é suspenso
DA REDAÇÃO
Um policial foi suspenso anteontem na Califórnia após a divulgação de uma fita de vídeo em
que aparece batendo em um adolescente negro algemado. O incidente foi comparado ao espancamento de Rodney King, em 1991, e
está sendo investigado pelo FBI e
pela Procuradoria de Los Angeles.
O incidente ocorreu no sábado
em um posto de gasolina em Inglewood, um subúrbio de Los Angeles, depois que a polícia tentou
interrogar Donovan Jackson, 16, e
seu pai, Coby Chavis Jr., 41.
A gravação foi feita por Mitchell
Crooks, 27, um DJ hospedado em
um motel em frente ao posto.
O vídeo mostra um policial
branco carregando um adolescente negro algemado e jogando-o de cara sobre um carro de polícia. O policial dá um soco no rosto
de Jackson enquanto outros policiais se aproximam. Eles parecem
tentar segurar o braço do policial.
"[O vídeo" é extremamente perturbador para a polícia de Inglewood, assim como para os administradores da cidade", disse a
porta-voz da polícia de Inglewood, Eve Irvine. "O incidente está sendo levado a sério."
O FBI, o Departamento de Polícia de Inglewood e a Procuradoria
de Los Angeles disseram que estavam investigando o incidente. Irvine afirmou que o policial que é
visto batendo em Jackson no vídeo, Jeremy Morse, foi suspenso.
O prefeito de Inglewood, Roosevelt Dorn, disse que Morse deveria ser indiciado por quatro crimes -agressão, agressão com
uma arma mortal, espancamento
e abuso de crianças.
Segundo o escritório do xerife
do condado de Los Angeles, policiais perceberam que o carro de
Chavis tinha uma placa expirada e
entraram no posto atrás dele. Enquanto Jackson entrava na loja de
conveniência do posto, eles foram
conversar com Chavis.
Jackson teria voltado e começado a discutir com os policiais, que
tentaram acalmá-lo. O adolescente teria tentado atacar um deles, e
quatro policiais de Inglewood se
aproximaram, Morse entre eles,
para tentar algemá-lo.
Mas, segundo Chavis, os policiais se aproximaram de seu filho
sem nenhum motivo e começaram a dar tapas em sua cara. Um
deles o jogou no chão, ajoelhou
em suas costas, deu um soco em
seu olho e arrancou a corrente de
prata que Jackson usava.
Uma testemunha, Andres Mejia, 24, afirmou ter visto o policial
ajoelhar sobre as costas do garoto
e dar um soco em seu olho. Segundo ele, Jackson não havia oferecido nenhuma resistência.
Segundo Irvine, Morse sofreu
cortes na cabeça, orelha e cotovelo ao tentar segurar Jackson. Na
fita, é possível ver Morse sangrando, com um corte sobre a orelha.
Ativistas negros imediatamente
compararam o incidente ao espancamento de King, que é negro,
por policiais brancos em 1991, que
foi também gravado em vídeo.
Quando quatro policiais foram
absolvidos de acusações pelo espancamento de King, um motim
irrompeu em Los Angeles, em
1992, durando três dias e deixando mais de 50 pessoas mortas e bilhões de dólares em prejuízos.
Os policiais voltaram a ser julgados, em um tribunal federal, e
Laurence Powell e Stacey Koon
foram sentenciados à prisão por
violar os direitos civis de King.
"Esse é um novo espancamento
de Rodney King", disse Najee Ali,
diretor do Projeto Esperança Islâmica, que afirmou representar vários outros grupos. "Esse jovem
foi algemado e espancado. Os policiais devem ser indiciados e demitidos, não apenas suspensos."
O adolescente apareceu na TV
anteontem com um olho roxo e
hematomas no pescoço.
O advogado da família, Joe
Hopkins, afirmou que um dos policiais chamou Jackson de "nigger" (forma pejorativa de chamar
negros nos EUA) durante a briga.
"Pretendemos buscar a justiça
nos tribunais", disse Hopkins.
Ele afirmou que Jackson é portador de deficiência mental e que
a conduta agressiva descrita pelos
policiais não corresponde à sua
personalidade pacífica.
Outro homem, Neilson Williams, 32, registrou queixa contra
Morse há duas semanas, após ter
sido supostamente espancado
sem motivo até entrar em coma
pelo policial e seis colegas.
Com agências internacionais
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