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São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 2003

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PESQUISA

Para autora de estudo da Cepal sobre migração na região, tendência é que o fluxo de saídas continue a aumentar

Imigrantes latino-americanos são 20 milhões

DA REDAÇÃO

Cerca de 20 milhões de latino-americanos vivem fora de seus países de origem. A estimativa é da pesquisadora Adela Pellegrino, autora de um estudo sobre migração divulgado pela Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, da ONU).
O número representa 11,4% dos 175 milhões que vivem no mundo fora do país natal. Em relação à população da América Latina e do Caribe, de 522,6 milhões, é 3,82%.
Na emigração de sul-americanos para os EUA, houve um crescimento de 62% entre 1990 e 2000. O aumento de pessoas originárias da América Central e do México ficou em 60,8%. Já o número de brasileiros subiu 68,5%.
Dos emigrantes da América Latina e do Caribe que se mudaram em 1990 para os EUA, o Canadá e países da própria região, 74,5% escolheram o primeiro destino.
Apesar desse crescimento da emigração para os EUA entre 1990 e 2000, o aumento é menor do que nas comparações anteriores. Entre 1960 e 1970, subiu 120,7% o número de sul-americanos no país. De 1970 para 1980, 87,6%. Entre 1980 e 1990, 66%.
No estudo ""A Migração Internacional na América Latina: Tendências e Perfis dos Migrantes", Pellegrino avalia que o fluxo migratório na região seguirá aumentando por causa da "desigualdade no crescimento econômico e nas chances de acesso ao bem-estar".
""A persistência da desigualdade econômica nos países latino-americanos durante as próximas décadas não permite prever mudanças significativas nas tendências gerais que, em termos de migração internacional, têm se expressado nos últimos anos", afirmou a pesquisadora da Universidade da República do Uruguai e do Centro Latino-Americano e Caribenho de Demografia, da Cepal.
Pellegrino aponta como outro fator de estímulo a sedução que os estilos de vida e de consumo dos países desenvolvidos exercem sobre a população latino-americana, que tem contato com isso pelos meios de comunicação.
O conhecimento dessa outra realidade gera uma "universalização das aspirações" e faz com que as pessoas decidam procurar condições de vida melhores.
Há ainda o fato de que a queda no ritmo de crescimento da população em países desenvolvidos, sobretudo na Europa, gera um ambiente favorável à imigração.
Para Jorge Martínez, também da Cepal, o mais comum é que a migração ocorra por necessidade, diante de problemas como salários baixos e falta de perspectivas. ""Quando há crise, tende a se acelerar essa opção", disse ele.


Com agências internacionais


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