|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PESQUISA
Para autora de estudo da Cepal sobre migração na região, tendência é que o fluxo de saídas continue a aumentar
Imigrantes latino-americanos são 20 milhões
DA REDAÇÃO
Cerca de 20 milhões de latino-americanos vivem fora de seus
países de origem. A estimativa é
da pesquisadora Adela Pellegrino,
autora de um estudo sobre migração divulgado pela Cepal (Comissão Econômica para a América
Latina e o Caribe, da ONU).
O número representa 11,4% dos
175 milhões que vivem no mundo
fora do país natal. Em relação à
população da América Latina e do
Caribe, de 522,6 milhões, é 3,82%.
Na emigração de sul-americanos para os EUA, houve um crescimento de 62% entre 1990 e 2000.
O aumento de pessoas originárias
da América Central e do México
ficou em 60,8%. Já o número de
brasileiros subiu 68,5%.
Dos emigrantes da América Latina e do Caribe que se mudaram
em 1990 para os EUA, o Canadá e
países da própria região, 74,5%
escolheram o primeiro destino.
Apesar desse crescimento da
emigração para os EUA entre
1990 e 2000, o aumento é menor
do que nas comparações anteriores. Entre 1960 e 1970, subiu
120,7% o número de sul-americanos no país. De 1970 para 1980,
87,6%. Entre 1980 e 1990, 66%.
No estudo ""A Migração Internacional na América Latina: Tendências e Perfis dos Migrantes",
Pellegrino avalia que o fluxo migratório na região seguirá aumentando por causa da "desigualdade
no crescimento econômico e nas
chances de acesso ao bem-estar".
""A persistência da desigualdade
econômica nos países latino-americanos durante as próximas décadas não permite prever mudanças significativas nas tendências
gerais que, em termos de migração internacional, têm se expressado nos últimos anos", afirmou a
pesquisadora da Universidade da
República do Uruguai e do Centro Latino-Americano e Caribenho de Demografia, da Cepal.
Pellegrino aponta como outro
fator de estímulo a sedução que os
estilos de vida e de consumo dos
países desenvolvidos exercem sobre a população latino-americana, que tem contato com isso pelos meios de comunicação.
O conhecimento dessa outra
realidade gera uma "universalização das aspirações" e faz com que
as pessoas decidam procurar condições de vida melhores.
Há ainda o fato de que a queda
no ritmo de crescimento da população em países desenvolvidos,
sobretudo na Europa, gera um
ambiente favorável à imigração.
Para Jorge Martínez, também
da Cepal, o mais comum é que a
migração ocorra por necessidade,
diante de problemas como salários baixos e falta de perspectivas.
""Quando há crise, tende a se acelerar essa opção", disse ele.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Saúde: Americano diz "Pepsi" após longo coma Próximo Texto: Ásia: Naufrágio de balsa em Bangladesh pode ter matado mais de 400 Índice
|