São Paulo, domingo, 10 de agosto de 2008

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Inflação alta dá munição à oposição

DA ENVIADA A LA PAZ

O governo de Evo Morales mobilizou a máquina pública e lotou jornais e TVs com propagandas de seus programas, mas mesmo num bastião governista como La Paz os eleitores demonstram preocupação com a inflação, que acumula 8,8% neste ano.
O Banco Central ajustou a meta inflacionária de 2008 de 8% para 12%. E as TVs fazem reportagens acompanhando a evolução do preço do frango.
Tendência mundial, a alta dos preços, além de afetar em cheio os mais pobres, base do governo, municia os opositores -dizem que é hora de segurar o gasto público, principalmente o social, mesmo que o Estado mantenha o atual superávit orçamentário.
A discussão de fundo é a mesma que embala a crise política: como aplicar e como distribuir a renda da bonança do gás, dos minérios e dos grãos.
O economista americano Mark Weisbrot, do Centro de Pesquisa de Economia e Políticas, que é simpático ao governo, sai em defesa da centralização da renda e dos gastos sociais. Diz que os departamentos opositores já contam com muito dinheiro e que os autonomistas querem é a permanência da atual distribuição de recursos.
Defendem em especial, ele diz, o subsídio ao diesel que impulsiona a competitividade externa dos grãos produzidos em Santa Cruz. "Tem sentido que o governo central desvie parte da renda para o alívio da pobreza", afirma.
Mas economistas locais alertam para a precariedade do Estado e sua pouca capacidade de aplicar os recursos. Apontam falhas na gestão do gás, cuja produção estancou após a nacionalização. A conseqüência mais imediata, dizem, já aconteceu: o país recebe menos investimento externo do que recebia pré-Morales. A próxima é a desaceleração da locomotiva cruzenha. (FM)


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