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RÚSSIA
Presidente nomeia Vladimir Putin primeiro-ministro e lança candidatura do ex-agente da KGB a sua sucessão
Ieltsin troca premiê e indica "herdeiro"
das agências internacionais
O presidente da Rússia, Boris
Ieltsin, demitiu ontem todo o seu
gabinete e indicou como novo
primeiro-ministro o ex-agente da
KGB Vladimir Putin.
Ieltsin disse desejar que Putin
seja seu herdeiro na Presidência.
É a primeira vez que o presidente,
impedido por lei de concorrer à
reeleição em julho do ano que
vem, indica com clareza quem deseja ter como sucessor.
Putin, 46, é o quinto nome a
ocupar a chefia do governo russo
em 17 meses. Depois de demitir
Serguei Stepashin do cargo de
premiê, Ieltsin, 68, disse que Putin
é capaz de ""garantir a continuidade das reformas".
Antes de Putin, chefiaram o governo Stepashin (desde maio),
Ievguêni Primakov, Serguei Kirienko e Viktor Tchernomirdin.
Putin apontou as supostas razões para a demissão de Stepashin. "A decisão está ligada ao desejo do presidente de mudar a
configuração política no país no
período que antecede as eleições
da Duma e presidenciais, e também em conexão com a situação
no Cáucaso", disse ele.
No Daguestão (sul do país), há
choques entre tropas russas e separatistas islâmicos. Naquela região, a Rússia enfrentou o movimento separatista da Tchetchênia, numa guerra civil (94-96) encerrada por num acordo de paz
que, embora não concedeu independência à região, significou o
fim da influência administrativa
russa em solo tchetcheno.
No dia 19 de dezembro, ocorrem eleições parlamentares que
servirão de termômetro para as
presidenciais do ano 2000. Ieltsin
acusa Stepashin de fracassar em
suas tentativas de montar um bloco eleitoral pró-governo.
Os deputados da Duma (câmara baixa do Parlamento) votam na
próxima segunda-feira a indicação de Putin. Se for rejeitado em
três votações consecutivas, Ieltsin
tem o direito de dissolver a Duma
e convocar eleições.
É pouco provável haver rejeição
nas três votações, embora a Duma seja dominada pela oposição
neocomunista e nacionalista.
Líderes oposicionistas indicaram ser sua prioridade a manutenção do atual processo eleitoral,
sem acidentes de percurso.
Pesquisas de opinião indicam
que Ieltsin tem a aprovação de
cerca de 3% dos entrevistados. Líderes de oposição despontam como favoritos na corrida ao Kremlin.
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