São Paulo, Terça-feira, 10 de Agosto de 1999
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Kosovares ferem soldado francês em confronto

France Presse
Soldados franceses da Otan carregam colega ferido por kosovares de etnia albanesa em Kosovo


das agências internacionais

Um soldado francês das forças de paz de Kosovo foi seriamente ferido durante choques com a população de origem albanesa na cidade de Mitrovica, no norte da Província. A cidade é dividida em zonas albanesa e sérvia. O soldado teve traumatismo craniano.
O grupo de cerca de 150 kosovares de origem albanesa foi impedido pelos franceses de entrar no norte da cidade, que abriga a população de origem sérvia. Revoltados, acertaram o soldado com pedras e bateram nele com paus.
O líder do ELK (guerrilha separatista kosovar), Hachim Taci, disse que a divisão da cidade é ilegal e chamou as tropas francesas de "arrogantes e antidemocráticas". Taci é o autoproclamado premiê do "governo provisório" de Kosovo, que não é reconhecido pela administração da ONU.
As populações sérvia e albanesa divididas em Mitrovica, terceira maior cidade de Kosovo, já entraram em choque antes. A parte norte da cidade é o maior dos encraves onde a minoria sérvia é protegida pelas forças de paz contra possível represália dos kosovares de etnia albanesa, revoltados pela perseguição promovida pelas forças iugoslavas.
As forças francesas permitem que kosovares albaneses entrem no setor norte da cidade, contanto que um a um e desarmados. Grupos são barrados.
Autoridades ocidentais acusam o ELK de intimidar a população de origem sérvia e opositores políticos de origem albanesa.
Kosovo é Província da Sérvia, uma das Repúblicas que formam a Iugoslávia. Sua população era de 2 milhões -90% de origem albanesa e 10% de origem sérvia- antes do início de operações de "limpeza étnica" praticadas por tropas e paramilitares iugoslavos contra os albaneses.
A repressão aos kosovares albaneses motivou ação militar da Otan (aliança militar ocidental) contra a Iugoslávia. Com o fim dos ataques, que começaram em 24 de março e duraram 78 dias, tropas da Otan passaram a ocupar a Província.

Oposição a Milosevic
O chefe da Igreja Ortodoxa Sérvia, o patriarca Pavle, e dois dos principais líderes da oposição iugoslava, Vuk Draskovic e Zoran Djindjic, participarão de uma manifestação pública contra o ditador iugoslavo Slobodan Milosevic, dia 19, em Belgrado.
A Igreja Ortodoxa pediu a renúncia de Milosevic em junho.



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