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SEQUESTRO
Guerrilha colombiana liberta passageiros e tripulantes e nega ter sequestrado avião venezuelano
Reféns voltam à Venezuela após 11 dias
das agências internacionais
Voltaram ontem à Venezuela 8
dos 14 ocupantes do avião comercial da empresa Avior, que havia
sido desviado do vôo no último
dia 30. O bimotor ia de Barinas a
Guasdualito, cidade na fronteira
com a Colômbia.
Piloto e co-piloto já haviam voltado ao país anteontem, levando a
aeronave. Os quatro passageiros
que restam poderiam ser os sequestradores.
Os ocupantes estavam em poder das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia),
maior grupo guerrilheiro do país,
de orientação marxista.
A guerrilha, no entanto, nega
ser responsável pelo sequestro.
Ela atribui o crime a opositores ao
governo do presidente venezuelano, Hugo Chávez.
Anteontem, as Farc revelaram
que a aeronave estava em seu poder e anunciaram sua devolução à
Venezuela. Poucas horas depois,
o avião aterrissou em Guasdalito,
povoado venezuelano a 600 km
de Caracas.
O Exército colombiano afirma
que a autoria do sequestro é do
grupo guerrilheiro, que agora tenta consertar o "grave erro político". As Forças Armadas colombianas dizem ter interceptado
conversas em que líderes das Farc
admitiam ter desviado o avião.
Segundo o líder guerrilheiro
Jorge Briceño, conhecido como
Mono Jojoy, o avião foi levado
por sequestradores venezuelanos
ao Departamento colombiano de
Arauca. Os sequestradores teriam
fugido ao notar a presença de unidades das Farc na região.
Junto com o ELN (Exército de
Libertação Nacional), as Farc
controlam 40% do território colombiano. Os sequestros são uma
forma de a guerrilha conseguir recursos para financiar suas atividades e pressionar o governo.
Segundo os reféns, os sequestradores tinham sotaque colombiano, o que reforçaria a suspeita
em relação às Farc. Além disso, o
piloto, Héctor Hernández, e o co-piloto, Alejandro Bigott, afirmam
que tanto no ar como na terra as
pessoas com que trataram foram
"sempre as mesmas".
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou acreditar que
o sequestro tenha sido executado
por criminosos comuns de seu
país, com o objetivo de vender o
avião à guerrilha.
Chávez reiterou sua vontade de
colaborar com o processo de paz
na Colômbia, conduzido pelo
presidente Andrés Pastrana, e negou ter mantido conversação
com chefes guerrilheiros, mas se
disse disposto a se reunir com a
guerrilha caso seja necessário.
O sequestro ocorre num momento em que autoridades norte-americanas afirmam ter evidências de que a guerrilha atua em
países vizinhos. No sábado, desapareceu um monomotor venezuelano. As autoridades acreditam em sequestro. Ontem, foi encontrado um Cessna, que havia
desaparecido em 1º de agosto. Ele
caiu num parque na Venezuela.
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