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Bush obtém vitória e mantém preso
"combatente inimigo" americano
DA REUTERS
O presidente dos EUA, George
W. Bush, tem o poder de deter
sem acusação formal Jose Padilla,
um cidadão americano que está
preso numa instalação militar na
Carolina do Sul há mais de três
anos, por suspeita de ser um
"combatente inimigo". A decisão
foi tomada ontem por uma corte
federal de apelação.
"A questão mais importante
diante de nós é se o presidente dos
EUA possui a autoridade para deter militarmente um cidadão deste país que é intimamente associado à Al Qaeda", escreveu o juiz
Michael Luttig em seu voto no tribunal, formado por três juízes.
"Nós concluímos que o presidente tem essa autoridade", afirmou Luttig, um conservador que
o governo Bush tem sondado como um dos candidatos a uma nomeação à Suprema Corte, depois
da morte do presidente do tribunal, William Rehnquist.
A decisão da corte de Richmond
(Virgínia) foi uma importante vitória para a Casa Branca. Andrew
Patel, advogado de Padilla, disse
que estuda apelar ao Supremo.
"É muito perturbador que um
tribunal não invalide detenções
executivas numa democracia. O
terrorismo não pode mudar 200
anos de tradição legal", disse ele.
Padilla, um ex-integrante de
uma gangue de Chicago e convertido ao islã, é suspeito de elaborar
um complô com a rede terrorista
Al Qaeda para explodir uma
"bomba suja" (artefato explosivo
convencional misturado com
componentes nucleares, químicos ou biológicos) nos EUA.
Em 8 de maio de 2002, Padilla
foi preso no Aeroporto Internacional de O'Hare, em Chicago,
após chegar do Paquistão. Bush
então o declarou "combatente
inimigo" -termo que coloca os
suspeitos de terrorismo num limbo jurídico- e ele foi posto numa
solitária desde então.
A decisão de ontem da corte de
apelações derrubou a sentença de
um juiz federal da Carolina do
Sul, que impedia Bush de manter
Padilla preso sob a condição de
combatente inimigo. O magistrado havia determinado que Padilla
fosse libertado caso não houvesse
acusação criminal contra ele.
O julgamento de que Bush tem
o poder de manter Padilla preso
se baseou numa autorização dada
às forças militares americanas pelo Congresso depois dos atentados terroristas de 11 de setembro
de 2001. Foi citada ainda uma sentença de 2004 da Suprema Corte
num caso similar de americano
declarado combatente inimigo.
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