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COMENTÁRIO
Decisão será
política
de Washington
O relatório de Kenneth
Starr quer provar ao Congresso que Bill Clinton cometeu crimes de falso testemunho, obstrução da Justiça e abuso de poder.
Mas a Constituição dos
EUA não impõe como condição para o afastamento de
um presidente a comprovação de que ele cometeu crimes. A decisão do Congresso é política, não jurídica.
A definição sobre o que
caracteriza "atos ilegais e
imorais semelhantes a graves crimes", como disse Gerald Ford em 1973, durante
o caso Watergate, cabe à
maioria da Câmara.
Se o presidente trabalhar
diariamente embriagado,
por exemplo, ele não estará
cometendo crime, mas o
Congresso poderá afastá-lo
do cargo se considerar esse
comportamento incompatível com a Presidência.
A punição do impeachment é política. Se o presidente cometeu ou não crime deve ser resolvido pela
Justiça comum depois que
ele tiver deixado o cargo.
No caso de Richard Nixon, em 1974, a questão jurídica foi eliminada pelo
perdão que seu sucessor,
Gerald Ford, lhe concedeu.
O perdão a Nixon, aliás,
pode ter custado a Ford a
sua reeleição em 76. A
maioria dos americanos
achava que Nixon devia ser
julgado por abuso de poder
e obstrução da Justiça.
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