|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CASO LEWINSKY
Em tom dramático, presidente americano se diz arrependido e tenta resgatar apoio dentro do partido
Clinton pede perdão aos democratas
de Washington
O presidente dos EUA, Bill Clinton, adotou tom mais dramático
ontem para pedir perdão ao país
pelo seu relacionamento amoroso
com Monica Lewinsky e subsequentes mentiras a respeito dele.
Em discurso para militantes do
Partido Democrata em Orlando,
na Flórida, Costa Leste do país,
Clinton afirmou: "Eu decepcionei
minha família, eu decepcionei este
país. Eu peço o seu perdão. Estou
determinado a não permitir que
nada parecido aconteça novamente e espero reconquistar a confiança de vocês".
O discurso em Orlando aconteceu antes de o relatório do promotor independente Kenneth Starr
ter sido entregue ao Congresso e
após reunião na Casa Branca (sede
do governo dos EUA) entre o presidente e líderes de seu partido.
No encontro da manhã, segundo
relato do deputado David Bonior,
Clinton demonstrou arrependimento pelos seus erros e ouviu dos
parlamentares que ele precisa convencer o público se quiser sobreviver no cargo.
Não há dúvida de que a mudança
gradativa no conteúdo das palavras de Clinton sobre o caso Lewinsky se deve à reação negativa
que seu discurso de 17 de agosto
(quando ele pela primeira vez reconheceu em público a relação
"não apropriada" com a ex-estagiária) encontrou entre líderes de
seu próprio partido, o Democrata.
A estratégia de defesa de Clinton
envolve não apenas sua tentativa
de convencer o público de sua redenção moral. Há grande pressão
sobre a primeira-dama, Hillary
Clinton, para que ela peça ao país
que perdoe o marido. É possível
que ela faça isso esta semana.
Além disso, assessores de Clinton vão continuar a atacar Starr e
sua equipe e a divulgar informações danosas a seus adversários.
Na sexta-feira, por exemplo, o
deputado Dan Burton, um dos
principais críticos do presidente,
admitiu ser o pai de um menino
nascido de um caso extraconjugal.
Mas, ao contrário do que aconteceu em todas as crises anteriores
deste governo, a Casa Branca está
dividida sobre como agir para salvar o presidente. Os advogados
que trabalham com Clinton, que
têm prevalecido desde janeiro na
decisão sobre as táticas de defesa,
começam a perder seu poder de influência sobre o presidente.
Isso não significa, no entanto,
que os assessores políticos estejam
reocupando o espaço perdido.
Muitos dos mais importantes, como o porta-voz Mike McCurry, estão até se preparando para deixar o
governo. Outros demonstram
grande abatimento de ânimo.
Como a primeira-dama também
não parece estar disposta a assumir o controle da situação, como
fez com grande eficiência no passado, o presidente se tornou o
principal, e crescentemente isolado, estrategista de sua defesa.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|