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AFEGANISTÃO
Rede terrorista de Bin Laden afirma que a luta continuará até a "América ser destruída"
Al Qaeda ameaça os EUA com "tempestade de aviões"
DA REDAÇÃO
Os Estados Unidos receberam
ameaças de novos atentados da Al
Qaeda, rede terrorista comandada pelo saudita Osama bin Laden,
acusada pelos norte-americanos
de envolvimento nos ataques a
Nova York e ao Pentágono.
"Outros aviões podem ser sequestrados e novos atentados deverão acontecer", disse ontem,
Suleiman Abou-Gheit, porta-voz
da Al Qaeda, em declaração feita à
rede de TV Al Jazeera, do Qatar.
"A América abriu uma porta
que nunca mais se fechará. Nossa
luta continuará até que eles sejam
destruídos", disse o porta-voz da
Al Qaeda, em referência aos bombardeios dos EUA ao Afeganistão.
"Os americanos devem saber
que a tempestade de aviões não
irá parar", disse ele.Todos os muçulmanos do mundo, segundo a
Al Qaeda, "têm a obrigação de defender o islã por meio de jihad". O
termo "jihad" significa o esforço
que o muçulmano deve fazer para
defender sua religião. Para alguns
adeptos do islamismo, engloba
também a idéia de guerra.
Na interpretação da rede terrorista, a morte é tão valorizada para os muçulmanos quanto a vida
para os EUA. O porta-voz acrescentou que "milhares de muçulmanos estão preparados para
morrer". "Que a América saiba
que a batalha seguirá em sua terra
até que ela deixe a nossa e pare de
apoiar Israel e suspendam as injustas sanções ao Iraque."
A TV não explicou a origem da
entrevista, que parecia ter sido
pré-gravada. Apesar de falar em
"novos atentados", a Al Qaeda
não assumiu os ataques nos EUA.
Vivos
Bin Laden e o mulá Mohamad
Omar, líder do Taleban, continuam vivos após a ofensiva norte-americana ao país, segundo o embaixador do Taleban em Islamabad (Paquistão), Abdul Salam
Zaeef, principal porta-voz do regime no exterior.
"Estão vivos, graças a Deus.
Aconteceram bombardeios perto
da casa do mulá Omar, mas todas
as pessoas haviam evacuado o local", disse o diplomata sobre o líder Taleban. Zaeef afirmou que
Bin Laden está em um local de conhecimento do regime.
O líder do Taleban e o saudita
estariam entre os alvos dos ataques anglo-americanos ao país. A
ofensiva, na avaliação de Zaeef,
pode ser classificada como um ato
"terrorista". "Outra vez o povo
afegão está enfrentando uma superpotência", declarou, numa referência a confrontos anteriores
do Afeganistão contra o Império
Britânico, por duas vezes no século 19, e contra a União Soviética,
entre 1979 e 90.
O embaixador do Taleban disse
ainda que o Afeganistão está disposto a oferecer "2 milhões de
mártires em nome do islã, se for
preciso". No início da noite, o Taleban divulgou comunicado afirmando que não imporá restrições
a qualquer ação de Bin Laden
contra os Estados Unidos.
Deserções
Um grupo de 40 comandantes
do Taleban desertou para se aliar
à Aliança do Norte, principal força de oposição ao Taleban, que
controla uma parcela do território
no norte afegão.
"Os militares, junto com uma
tropa de 1.200 soldados, se incorporaram à Aliança do Norte",
afirmou o ministro das Relações
Exteriores da aliança, Abdullah
Abdullah. De acordo com ele, logo após se juntarem à Aliança do
Norte, os comandantes fecharam
a estrada Bagram-Bamiyan, que
liga o sul ao norte afegão.
Agora, para atingir a região norte, o Taleban precisará primeiro ir
para o oeste. O Taleban não confirmou as deserções.
Com agências internacionais
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