São Paulo, quarta-feira, 10 de outubro de 2001

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Ajuda dos EUA inclui comida e propaganda

DA REDAÇÃO

Os Estados Unidos voltaram a lançar 37,5 mil pacotes de alimentos no Afeganistão ontem como parte de sua "operação pão e bombas" -que combina ataques militares e ajuda humanitária.
O auxílio humanitário também faz parte do que é chamado de Psyops, ou operações psicológicas, que incluem ainda a disseminação de propaganda pró-EUA.
Os pacotes de comida contém alimentos "culturalmente neutros" (veja quadro ao lado) e são uma peça-chave de uma campanha cuidadosamente planejada para tentar evitar uma reação antiocidental entre muçulmanos.
Funcionários do Pentágono disseram que o lançamento de comida tinha o objetivo de evitar um desastre humanitário e mostrar que os EUA e o Reino Unido não estão em guerra contra os afegãos, mas contra terroristas.
Os pacotes são lançados em áreas não controladas pelo Taleban de dois aviões de carga C-17 que partem diariamente da base aérea de Ramstein, na Alemanha. Eles são envoltos em uma embalagem dupla de plástico amarelo projetada para flutuar, de forma que os pacotes se espalhem por uma área grande em vez de caírem todos no mesmo lugar. Assim, eles podem ser usados para atrair pessoas para fora das áreas controladas pelo Taleban.
"Esta comida é um presente do povo dos Estados Unidos da América", diz um texto, em inglês, impresso nos pacotes.
O outro lado das operações psicológicas é o da propaganda. Além de panfletos com mensagens para intimidar o Taleban e reiterar que os EUA não estão em guerra contra os afegãos, há um plano para lançar rádios de ondas curtas no Afeganistão.
Assim, mais afegãos poderiam ouvir o serviço radiofônico "Voz da América", transmitido por estação de rádio móvel, um avião C-130E que sobrevoa áreas próximas à fronteira do país. O objetivo é transmitir mensagens, como a de que os EUA estão oferecendo uma recompensa de US$ 5 milhões pela captura de Osama bin Laden, a potenciais desertores.


Com agências internacionais


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