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ÁSIA CENTRAL
Pleito legislativo ocorre hoje em meio a temores de caos e violência
Paquistão faz 1ª eleição em 5 anos
PHIL REEVES
DO "THE INDEPENDENT"
O Paquistão vai às urnas pela
primeira vez em cinco anos hoje
num clima de nervosismo motivado não tanto pela expectativa
em torno do resultado -o presidente, general Pervez Musharraf,
já assegurou sua permanência no
controle geral do país-, mas pelo
risco de que a eleição seja acompanhada de caos e violência.
As forças de segurança detiveram ontem três homens que estariam planejando detonar bombas
na capital, Islamabad, e na vizinha
Rawalpindi, para prejudicar o
bom andamento das eleições.
Mais de 60 pessoas já foram
mortas neste ano em ataques contra alvos cristãos ou ocidentais,
muitos dos quais foram atribuídos a grupos extremistas islâmicos que se opõem ao apoio de
Musharraf à ofensiva americana
contra o Taleban e a Al Qaeda.
Musharraf, que assumiu o poder num golpe de Estado há três
anos, descreveu a eleição como
uma transição do governo militar
para um civil, mas tomou a precaução de dotar-se do poder de
fechar o Parlamento recém-eleito
e demitir o premiê a seu bel-prazer, além de conceder a si mesmo
mais cinco anos na Presidência.
Membros de grupos de defesa
dos direitos humanos no Paquistão afirmam que Musharraf e seus
serviços de inteligência fraudaram o pleito com antecedência
para garantir a eleição de um governo obediente, tranquilos por
saber que queixas vindas dos
EUA ou seus aliados serão moderadas, devido ao apoio de Musharraf à sua "guerra ao terror".
Musharraf proibiu a participação no pleito de dois rivais: os ex-premiês Nawaz Sharif (Liga Muçulmana do Paquistão) e Benazir
Bhutto (Partido do Povo do Paquistão), acusados de corrupção.
A Comissão Independente de
Direitos Humanos do Paquistão
acusou o governo de coagir eleitores abertamente para obrigá-los a
apoiar candidatos pró-Musharraf. E analistas ocidentais estarão
atentos ao desempenho da Mutahidda Majlis-e-Amal, uma aliança
de seis grupos que prometem
transformar o Paquistão num
"verdadeiro Estado islâmico".
Tradução de Clara Allain
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