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Sucesso do teste nuclear ainda é incerto
DA REDAÇÃO
Cientistas e serviços secretos do mundo ainda não sabem se o teste nuclear da Coréia do Norte foi bem-sucedido, e só podem confirmar
se houve mesmo um teste
nuclear em mais alguns dias.
A Coréia do Norte expulsou os inspetores da Agência
Internacional de Energia
Atômica, ligada à ONU, e se
retirou do Tratado de Não-Proliferação Nuclear em
2003. Desde então, seu programa nuclear é secreto.
Como o regime comunista
norte-coreano raramente
permite a entrada de jornalistas estrangeiros e pouquíssimos turistas recebem
visto para visitar o país, o que
não faltam são especulações.
A explosão aconteceu no
nordeste da Coréia do Norte,
em uma área montanhosa e
desabitada, a cem quilômetros da fronteira com a China, evitando a proximidade
com a área militarizada na
fronteira com a Coréia do
Sul, onde desde a Guerra da
Coréia (1950-1953) há tropas
norte-americanas.
Um túnel de cerca de 700
metros teria sido escavado
sob o monte Mantap, a 64
quilômetros de Kilchu, onde
funciona um centro de pesquisas nucleares, criado nos
anos 50 com ajuda soviética.
As especulações sobre o
sucesso do teste coincidem
com os números desencontrados sobre a potência da
explosão. Enquanto a França
e a Coréia do Sul estimaram a
potência em torno de 0,5
quiloton (unidade utilizada
para medir a energia liberada
na explosão de mil toneladas), o ministro da Defesa
russo, Sergei Ivanov, afirmou que as estimativas russas sobre o teste variavam
entre 5 e 15 quilotons.
A bomba atômica lançada
em Hiroshima em 1945 pelos
norte-americanos teve uma potência de 15 quilotons.
O tremor provocado chegou a 3,6 na escala Richter -
para os americanos, o tremor
foi de 4,2.
Capacidade em dúvida
Muitos analistas acham
que a tecnologia nuclear e de
mísseis do país não tem a sofisticação necessária para
desenvolver as ogivas e os
meios para lançá-las.
O tamanho também importa. Bombas redimentares
podem ter o tamanho de
uma camionete. "Eles podem fazer, colocar em um
cargueiro, atirá-la de um
avião, mas podem compactá-la e colocá-la em um míssil?
Eu acho que não", diz Gordon Chang, autor de um livro
sobre a capacidade nuclear
da Coréia do Norte.
Especialistas duvidam da
capacidade de o governo norte-coreano conseguir desenvolver as ogivas nucleares e
de aperfeiçoar um mecanismo para lançá-las que possa
ser uma ameaça ao resto do
mundo.
A quantidade de plutônio
ou de urânio enriquecido à
sua disposição para as ogivas
é desconhecida. Mas estimativas são de material suficiente para apenas 13 ogivas,
muito pouco se comparadas
às milhares de ogivas americanas.
Mas, se realmente a explosão nuclear subterrânea foi
bem sucedida, já é um passo
enorme para o país dominar
a tecnologia atômica.
Há suspeitas de que o Paquistão tenha fornecido tecnologia de desenvolvimento
de armas nucleares para o
país em troca de expertise de
desenvolvimento de mísseis
nos anos 90.
O país lançou um míssil de
longa distância no Pacífico
em 1998 e fez testes bem sucedidos com sete mísseis em
julho.
Os especialistas concordam que, ao menos que seu
programa nuclear seja cancelado à força, o país pode ser
capaz de um ataque nuclear
em dez anos.
Com agências internacionais
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