DA REDAÇÃO

Opositores da criação de um Estado palestino foram os grandes vencedores das primárias para decidir quem serão os candidatos do Likud (conservador), partido liderado pelo premiê israelense, Ariel Sharon, nas eleições parlamentares de 28 de janeiro.
O resultado também foi uma derrota pessoal do primeiro-ministro, que diz ser a favor da criação de um Estado palestino desmilitarizado, após o fim do terrorismo e um acordo que defina as fronteiras do território.
Os primeiros colocados na lista do Likud que foi definida nas primárias de ontem são contrários a um Estado palestino, seguindo a tendência do principal rival de Sharon dentro do partido, o ex-premiê e atual ministro das Relações Exteriores, Binyamin "Bibi" Netanyahu.
Analistas afirmam que o resultado fortalece a posição de Netanyahu no partido, após a derrota dele na disputa pela liderança contra Sharon no mês passado.
O Likud é favorito para vencer as eleições para o Knesset (Parlamento de Israel) em janeiro. Caso consiga a vitória, Sharon será indicado para permanecer no cargo de primeiro-ministro, já que é o líder do partido.
Com os opositores de um Estado palestino nas posições mais altas da lista do partido, Sharon deverá enfrentar pressões para preencher o seu gabinete com a linha dura do partido, o que pode prejudicar as negociações de paz.
No lado palestino, o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Iasser Arafat, disse que deverá adiar as eleições gerais palestinas marcadas para 20 de janeiro se as cidades palestinas permanecerem ocupadas.
Em Tulkarem (Cisjordânia), um palestino foi morto por soldados israelenses. O Exército afirmou que disparou contra a perna do homem porque ele se recusou a parar para identificação. Autoridades palestinas disseram que ele tinha problemas mentais.
Israel disse que prendeu ontem o palestino Mahmoud Mahmed Amrou, 26, acusado de matar a tiros Shalhevet Pas, de dez meses de idade, em março de 2001 em Hebron. Ela estava no colo do pai quando foi alvejada.