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Desenho animado recria Bush criança para criticar o estilo do presidente
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DE NOVA YORK
Condoleezza Rice é apaixonada por George W. Bush, que
faz dela um capacho. Richard
Cheney e Donald Rumsfeld
são comparsas subservientes
de um líder centralizador e autoritário.
A ficção acima, com personagens reais, é o mote do desenho animado "Lil" Bush: Resident of the United States"
(Bushzinho: Residente dos
EUA, numa tradução literal),
que estréia no início de 2007
na TV americana com escárnio
do presidente republicano.
Dono de "South Park", "Casa
Animada" e "Reno 911", o canal Comedy Central encomendou seis episódios ao roteirista
e produtor Donick Cary, de
"Os Simpsons".
A história é assim: Bush é
um aluno malcomportado da
escola primária, só tira nota
baixas, é propositadamente
displicente e desatento e faz
tudo em nome de Deus. Seus
desafetos: Kim Jong-il, o ditador norte-coreano, Saddam
Hussein, líder deposto do Iraque, e os democratas John
Kerry e Hillary Clinton.
Bombardeia todos, ao brincar com os amigos no salão
oval da Casa Branca, à época
comandada por Bush pai. Antes, exige de um imaginário
presidente francês a entrega
urgente de um carregamento
de batatas fritas ("french
fries", em inglês, para fazer
sentido o trocadilho) ou detonará armas atômicas no país.
"E isso não é uma negociação",
alerta.
Tortura
Num dos programas piloto,
a cantina da escola serve falafel, em vez de cachorro-quente, na hora da merenda. Lil"
Bush e turma torturam os funcionários da cozinha com métodos iguais aos que foram revelados em fotos durante o escândalo da prisão de Abu
Ghraib. Ao final, é instituído o
dia do cachorro-quente na escola. "Consegui de novo", diz
Lil" Bush.
Em outro episódio, o futuro
presidente, que "tem talento",
no dizer do pai, recebe uma
mensagem de Deus, a quem
revela não querer aprender
nada e enxota a chutes. Na sala
de aula, manda Lil" Condi fazer
suas lições de casa "até o fim da
faculdade".
"Lil" Bush" começou em setembro como seis clipes com
duração de cinco minutos e
meio cada um oferecidos pela
Amp'd Mobile, um serviço de
wireless que inclui programação de entretenimento em vídeo com serviços de telefonia
celular.
O desenho já está em sites de
compartilhamento de vídeos,
como o YouTube (www.youtube.com). Os episódios originais foram vistos mais de 230
mil vezes.
Em 2001, a Comedy Central
havia produzido a sátira
"That's My Bush", de Trey
Parker e Matt Stone ("criadores de "South Park"), seriado
inteiro dedicado a zombar de
Bush.
Com a saída de Donald
Rumsfeld do governo, o produtor Donick Cary disse nesta
semana que está em "processo
de convencimento" para que o
ex-secretário da Defesa dê voz
ao seu próprio personagem no
desenho animado.
Até agora, a Casa Branca não
se manifestou. Segundo Cary,
Lil" Bush é a melhor notícia
que os republicanos receberam desde a invasão do Iraque.
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